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sexta-feira, 14 novembro, 2025

Mandado de prisão foi expedido dia 13, mas PF só tentou cumprir quando Eike saiu do País

Mandado de prisão foi expedido dia 13, mas PF só tentou cumprir quando Eike saiu do País
Jornal GGN – O jornalista Josias de Souza usou seu blog no portal UOL, nesta sexta (27), para cobrar da Lava Jato explicações sobre o fato de Eike Batista não ter sido alcançado por um mandado de prisão assinado pelo juiz Marcelo Bretas. O mandado foi expedido no dia 13 de janeiro, mas a Polícia Federal só decidiu cumprir a ordem mais de 10 dias depois, dando tempo para que o magnata fizesse uma viagem internacional em posse de um passaporte alemão, pois tem dupla cidadania.
Agora, a imprensa levanta a hipótese de Eike chegar à Alemanha a partir de Nova York, onde está no momento, e gerar dificuldades à Lava Jato.
Josias ainda destacou que não faz sentido a Polícia Federal afirmar que estava monitorando os passos dos investigados e deixar um dos principais alvos do mandado de prisão viajar sem que se houvesse notícias.
Por Josias de Souza
No Blog do Josias
A ordem de prisão de Eike Batista consta de um despacho assinado pelo juiz federal Marcelo Bretas em 13 de janeiro de 2017. Mas só nesta quinta-feira (26), 13 dias depois da expedição do mandado judicial, os agentes federais foram à mansão do ex-bilionário, no Rio. Não o encontraram. Informou-se que decolara para Nova York dois dias antes, na noite de terça-feira.
Tacio Muzzi, delegado da Polícia Federal, saiu-se com uma explicação singela: “Em relação à viagem do senhor Eike Batista, não havia prévio conhecimento. Estava-se acompanhando a movimentação dos investigados e, na madrugada de hoje (26), chegou ao conhecimento que poderia ter saído para fora do país na data do dia 24, na parte da noite.” Hummmm.
A fala do doutor contém um paradoxo que resulta num déficit de explicação. Ora, se “estava acompanhando a movimentação dos investigados”, por que a Polícia Federal não teve “prévio conhecimento” do deslocamento do investigado-mor? Por que a força policial precisou de quase duas semanas para executar a ordem que os investigadores requisitaram ao juiz?
Advogado de Eike, Fernando Teixeira Martins, que trabalhou como agente da Polícia Federal de 2004 a 2015, acompanhou a batida de busca e apreensão na mansão do seu cliente. Disse que ele deseja retornar ao Brasil “o mais rápido possível” e tem a disposição de colaborar. Pode ser. Entretanto, se não for alcançado pelo Interpol, Eike só retorna se quiser. Leva no bolso um passaporte alemão. E não lhe faltam recursos.
A exemplo da Polícia Fderal, também a Procuradoria renderia homenagens aos controibuintes se dissesse meia dúzia de palavras sobre a mobilidade de Eike. Afinal, o juiz Marcelo Bretas anotou em seu despacho: “Caberá ao MPF [Ministério Público Federal] as providências devidas à execução das medidas.” Entre elas a prisão de Eike Batista.

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