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quarta-feira, 22 outubro, 2025

Mais um passo rumo ao declínio ocidental

Wellington Calasans

A entrada da UnionPay no Brasil marca um passo estratégico para desafiar a dominância historicamente hegemônica de Visa e Mastercard, bandeiras estadunidenses que controlam grande parte do mercado global de pagamentos.

Com aceitação em 70% dos estabelecimentos comerciais brasileiros e em pontos turísticos como Rio de Janeiro e São Paulo, a UnionPay expande sua influência em um mercado crucial para a América Latina.

Além disso, a empresa introduz o sistema CIPS (Cross-border Interbank Payment System), uma alternativa ao SWIFT — infraestrutura financeira internacional historicamente controlada por potências ocidentais.

Essa movimentação reforça a independência financeira de países emergentes, reduzindo a dependência de mecanismos tradicionais vinculados aos Estados Unidos.

O uso indevido de sistemas ocidentais como “armas quase militares” está com os dias contados. China se preparou de todas as maneiras para evitar que os países parceiros sejam humilhados pelos exploradores de sempre.

Analistas destacam que instituições como Visa, Mastercard e SWIFT foram instrumentalizadas como ferramentas geopolíticas. Um exemplo notável ocorreu em 2022, quando a Rússia foi parcialmente desconectada do SWIFT como retaliação à invasão da Ucrânia, isolando seu sistema financeiro globalmente.

Da mesma forma, Visa e Mastercard suspenderam operações na Rússia, bloqueando transações de milhões de cidadãos. Essas ações ilustram como sistemas de pagamento ocidentais são usados para pressionar governos considerados “hostis”, afetando não apenas Estados, mas também populações civis.

Países como China e Brasil, por sua vez, veem na UnionPay e no CIPS uma forma de mitigar riscos de sanções arbitrárias. Além do PIX, que já virou alvo da lista de “pressões” de Trump, esta nova realidade pode ser interpretada como uma emancipação para muitos brasileiros.

A importância estratégica da UnionPay e do CIPS já foi reportada pela RT:

*Na RT*

UnionPay chega ao Brasil e desafia hegemonia dos EUA nos cartões  A bandeira trás como novidade o sistema CIPS, alternativo ao SWIFT.  Analistas dizem que, por estratégia, instituições ocidentais viraram arma “quase militar” contra países “hostis”.

UM POUCO MAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DISSO

A ascensão da UnionPay — que detém 56% do mercado global de cartões, superando Visa (25%) e Mastercard (17%)  — reflete uma reorganização do poder financeiro global.

No Brasil, sua expansão não apenas diversifica opções de pagamento, como também integra o país a uma rede que inclui nações como Angola, estratégica para os interesses do BRICS mesmo não sendo um país membro.

A África do Sul, o UnionPay está amplamente disponível e é aceito com seus serviços estabelecidos no país desde 2008 e aceitação por mais de 90% dos terminais POS comerciais e quase todos os caixas eletrônicos.

Essa ampla aceitação beneficia tanto os turistas chineses quanto o número crescente de titulares locais de cartões UnionPay, oferecendo opções de pagamento convenientes, incluindo saques em dinheiro, pagamentos com cartão e pagamentos móveis.

Embora haja desafios, como a dificuldade relatada no uso de caixas eletrônicos em redes como o Itaú, a UnionPay consolida-se como alternativa para países que buscam reduzir a vulnerabilidade a pressões externas.

Essa alternativa reforça a tendência de multipolaridade financeira, onde sistemas como o CIPS podem redefinir regras de comércio internacional.

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