Guatemala, (Prensa Latina) Os partidos políticos na Guatemala arrancaram nesta segunda (18) com uma campanha eleitoral inédita de 90 dias, tempo em que têm luz verde para apresentar os seus candidatos e, sobretudo, os futuros programas de governo.
Para alguns fica atrás a incerteza sobre sua possível participação na contenda, pois já têm credencial em mãos, enquanto outros empreendem ações legais ou esperam ainda sua inscrição diante do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
O processo prévio nesta segunda-feira esteve marcado por acusações mútuas, ajustes de conta (dois candidatos a prefeito foram mortos) e litigios em curso que poderiam mudar finalmente o total de nomes na urna.
A luta será muito fechada pela Presidência e vice-presidência da República entre os 24 binômios (um partido vai em aliança) com uma participação inédita de quatro mulheres contra duas em 2015.
Repetem Sandra Torres (União da Mudança Nacional) e Zury Rios (agora com Valor), e se somam à contenda a exfiscal geral Thelma Aldana (Semente) e a líder indígena camponesa Thelma Cabrera (Movimento para a Libertação dos Povos).
Completam fórmulas outras cinco mulheres, Claudia Valente, Branca Jolop e Liliana Hernández por Convergência, Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca e Winaq, respectivamente, (esquerda); Branca Alfaro com Prosperidade Cidadã; Yara Argueta por Compromisso, Renovação e Ordem; e Betty Marroquín com a Frente de Convergência Nacional-Nação, agora no poder.
A diferença de outros processos, onde o dinheiro corria e as campanhas iniciavam até três anos antes, agora só contam três meses para demonstrar que são a melhor opção de governo nos próximos quatro anos.
O teto financeiro é de 29,6 milhões de quetzales (um pouco mais de 3,8 milhões de dólares) para cada organização política que postule candidatos a prefeitos, deputados e presidente, uma cifra muito inferior à autorizada quatro anos atrás (58,2 milhões de quetzales/7,6 milhões de dólares).
Também terão que acatar um rigoroso regime de publicidade nos meios de comunicação sob a mira atenta do TSE, a participação dos guatemaltecos no estrangeiro e a validade do voto nulo, entre os aspectos mais sobressaem.
Um papel decisivo no cumprimento destas regulações terá o máximo ente eleitoral, que enfrenta o fogo cruzado de quem se nega a abandonar antigas regras de jogo e o benefício do financiamento ilícito.
As mudanças à Lepp permitem que as forças em disputa gozem de iguais oportunidades para sua promoção tanto em propagandas como na imprensa, algo que os acercará mais à população, até agora bastante cética de acordo com recentes pesquisas.
Combate à violência, acesso a empregos dignos e bem remunerados, saúde e educação de qualidade, aparecem entre suas principais preocupações apesar de que muitas foram promessas de campanha do hoje governo no poder.
A última palavra o terão no dia 16 de junho nas urnas os cidadãos, que sempre passam da conta se o discurso político não coincide com seus interesses e problemas quotidianos.