© Folhapress / Andre Ribeiro/Futura Press
Sputnik-Em seu discurso de posse, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a democracia, a preservação da Amazônia e disse que é preciso fortalecer o BRICS e as organizações multilaterais para buscar soberania.
Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin (PSB) foram empossados como presidente e vice-presidente da República, respectivamente, em cerimônia no Congresso Nacional neste domingo (1º).
Lula, a esposa e futura primeira-dama, Janja, Alckmin e Lu Alckmin, futura segunda-dama, chegaram ao Congresso após desfilarem de Rolls-Royce pelas ruas do Distrito Federal.
A cerimônia de posse constitucional é realizada pelo presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Logo no início de sua fala, Lula disse que a democracia foi a grande vitoriosa nesta eleição, “superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu”.
O presidente eleito criticou “as mais violentas ameaças à liberdade do voto, a mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado” durante a campanha eleitoral do ano passado.
Em seguida, ele agradeceu ao povo brasileiro e fez o juramento de fidelidade à Constituição da República, junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, dizendo que a mensagem que precisa chegar ao povo é de “esperança e reconstrução”.
Entre diversas críticas ao governo de Jair Bolsonaro, o presidente eleito disse que havia um “projeto autoritário de poder” do Brasil, sendo que a máquina pública nunca “foi tão desencaminhada dos controles republicanos”.
Entre as promessas para o seu governo estão: discutir uma nova legislação trabalhista; zerar filas no INSS; revogar os decretos de armas do ex-presidente Jair Bolsonaro; encerrar o Teto de Gastos.
Brasil e BRICS
“O mundo espera que o Brasil volte a ser um líder no enfrentamento à crise climática e um exemplo de país social e ambientalmente responsável, capaz de promover o crescimento econômico com distribuição de renda, combater a fome e a pobreza, dentro do processo democrático”, disse Lula.
26 de dezembro 2022, 09:20
Ele defendeu que o protagonismo brasileiro se concretizará pela retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, assim como pela revitalização da Unasul e demais instâncias de articulação.
“Sobre esta base poderemos reconstruir o diálogo altivo e ativo com os Estados Unidos, a Comunidade Europeia, a China, os países do Oriente e outros atores globais; fortalecendo o BRICS, a cooperação com os países da África e rompendo o isolamento a que o país foi relegado”, disse ele.
Defesa da Amazônia
Lula disse que o Brasil precisa voltar a ser um país soberano. “Somos responsáveis pela maior parte da Amazônia e por vastos biomas, grandes aquíferos, jazidas de minérios, petróleo e fontes de energia limpa”, comentou.
“Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola”, disse ele.
Segundo o presidente brasileiro, esta é uma das razões para a criação do Ministério dos Povos Indígenas, pois “ninguém conhece melhor nossas florestas nem é mais capaz de defendê-las do que os que estavam aqui desde tempos imemoriais“.