“Estamos prontos para qualquer cenário. Se novas ameaças de mísseis forem criadas, os adversários receberão uma resposta firme na forma de contramedidas técnico-militares. Por sua vez, medidas hipotéticas para criar condições aceitáveis para um diálogo igualitário serão levadas em consideração”, afirmou Lavrov.
A Rússia só pode estar interessada em “um trabalho abrangente para
reduzir o potencial de conflito, com ênfase na eliminação das causas básicas das
contradições fundamentais de segurança“, acrescentou o ministro.
“Isso inclui, antes de tudo, a expansão de longo prazo da OTAN para o Leste. Foi isso que provocou principalmente a crise ucraniana e continua a representar uma ameaça à segurança da Rússia. Hipoteticamente, questões de controle de armas também poderiam ser discutidas, mas apenas como um dos elementos de uma agenda mais ampla”, disse Lavrov.
“Estamos prontos para negociações, mas elas devem concentrar-se em eliminar as causas profundas da crise ucraniana e ter em conta a situação real no terreno”, ressaltou Lavrov à Sputnik.
Ele lembrou que as abordagens da Rússia para a solução da
crise ucraniana foram delineadas pelo presidente russo,
Vladimir Putin, no seu discurso de 14 de junho, bem como durante
a grande coletiva anual com os cidadãos em 19 de dezembro.
“Trata-se acima de tudo da desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, das garantias do seu estatuto não alinhado, neutro e não nuclear, da eliminação de ameaças de longo prazo à segurança da Rússia vindas do Ocidente, incluindo a expansão da OTAN”, completou.
Mudança de poder na Síria afeta a presença militar russa no país árabe
“Obviamente, a mudança de poder e a situação no terreno fazem certos ajustes à presença militar russa na Síria. Não se trata apenas da preservação das nossas bases ou posições fortificadas, mas também das condições da sua operação, manutenção e abastecimento e de interação com o lado local”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.
Lavrov sublinhou, ainda, que a “Síria é um país soberano que tem o direito de assinar e rescindir acordos com os seus parceiros estrangeiros”, ao mesmo tempo, indicou que até a data Moscou não recebeu nenhuma mensagem do
novo governo sírio relacionada com a possível revisão dos acordos sobre as bases militares russas no país.
Nesse caso, a ausência de uma resposta a este respeito pode estar relacionada ao status provisório do atual governo em Damasco, argumentou o chanceler russo.
Apesar da crise na Síria, o chanceler garantiu que o acordo de cooperação russo com o Irã permanecerá inalterado.
O tratado de parceria estratégica entre a Rússia e o Irã não requer modificações tendo em vista a
situação na Síria, declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em entrevista à Sputnik.
“O novo ‘grande’ acordo, cujo texto está pronto há muito tempo e foi acordado entre as partes, tem um caráter abrangente, de longo prazo e universal, e neste sentido não requer qualquer modificação“, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, em resposta a perguntas sobre a necessidade de fazer alterações no documento após a mudança de poder na Síria.