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quinta-feira, 28 março, 2024

Justiça no Panamá debate entre rigor e flexibilidade

Panamá, (Prensa Latina) A luta entre aqueles que exigem sanções exemplares para criminosos e aqueles que tentam mascarar sua proteção é uma questão de discussão hoje no Panamá, após a aprovação parlamentar da flexibilidade para punições corruptas de alto perfil.
O que na gíria popular eles chamam de ‘camarão legislativo’, elevou o tom do debate nesta segunda-feira nas notícias com o pedido ao presidente do país, Laurentino Cortizo, de desviar parcialmente a Lei 91 sobre a imprescritibilidade de crimes sexuais, onde no último minuto, alguns deputados conseguiram introduzir um artigo fora do assunto.

O presidente reagiu imediatamente afirmando que ‘ele não sancionará’ nenhum projeto que beneficie a criminalidade, referindo-se à possibilidade de privilegiar o tratamento dos condenados por crimes de corrupção considerados de alto nível.

Dentro do corpo jurídico, a proposta dos membros da Assembléia, Zulay Rodríguez e Leandro Ávila, do Partido Revolucionário Democrático oficial, e Corina Cano, de Molirena, que incluíam comutar a sentença de prisão por trabalho comunitário aos condenados por menos de cinco anos por crimes de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Isso beneficiaria retroativamente aqueles que cumprem esse tipo de sanção nas prisões ou fizeram acordos de penalidade para uma colaboração efetiva com a investigação correspondente, disseram advogados à imprensa.

Por sua parte, o sindicalista e ex-candidato à presidência Saúl Méndez disse que ‘isso mostra como o sistema está podre. É por isso que o povo deve se levantar neste país. Uma Assembléia Constituinte Original deve ser produzida para varrer todos eles’.

A Câmara de Comércio, Indústrias e Agricultura (Cciap) também criticou a ação dos deputados em sua coluna habitual de domingo, onde afirmou que ‘é incompreensível que a Assembléia Nacional introduz elementos surpreendentes, incultos e excessivos do último minuto’.

O sindicato pediu que cada cidadão contribuísse para fortalecer ‘nosso modelo democrático, um dos cujos componentes básicos, como já destacamos, é um sistema preciso, transparente e imparcial de administração da justiça’.

Por seu lado, o ministro da Segurança, Rolando Mirones, acusou os juízes na semana passada de flexibilidade, pela libertação de criminosos por meio de medidas cautelares fracas, que os devolvem às ruas para continuar cometendo crimes.

‘Não podemos continuar com tentativas de homicídio, que o Poder Judiciário qualifica como falta e a pessoa vai para a rua como se nada’, disse ele ao defender a ação policial contra a onda criminosa que enfrenta o país com o crime.

Sobre o assunto, o recém-liberado procurador-geral, Eduardo Ulloa, negou que haja flexibilidade entre os promotores, mas deve trabalhar de mãos dadas com os juízes, que precisam se alinhar com os objetivos do sistema judicial.

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