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quinta-feira, 6 novembro, 2025

Juiz colombiano considera Álvaro Uribe culpado de corrupção de testemunhas

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe saindo do tribunal após uma audiência em Bogotá, Colômbia, em 10 de fevereiro de 2025. (Foto: RT)

HispanTV – A juíza Sandra Liliana Heredia Aranda, do 44º Tribunal Penal de Bogotá, considerou o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez culpado de suborno em um processo criminal na segunda-feira.

A decisão foi lida durante uma audiência que durou mais de seis horas.

Segundo o juiz, Uribe, por meio de seu advogado Diego Cadena, tentou subornar testemunhas como o ex-paramilitar Juan Guillermo Monsalve para obter declarações favoráveis nos processos contra ele.

Este veredicto marca a conclusão de um processo judicial que durou mais de 13 anos, caracterizado por intensas tensões políticas, evidências complexas e um profundo debate sobre a independência do judiciário na Colômbia.

No início da audiência, Heredia enviou uma mensagem contundente ao país: “A espera acabou. Queremos dizer à Colômbia que a justiça chegou “, declarou com firmeza.

A juíza ressaltou a importância do caso e ressaltou o papel do Judiciário como poder imparcial, afirmando que “a lei não pode tremer diante do barulho, e a justiça não se ajoelha diante do poder. A justiça não olha nomes, cargos ou estatura, pois seu olhar está voltado exclusivamente para a verdade jurídica e o dever ético de resolver os casos de acordo com a lei e a confiança “, sustentou.

O presidente colombiano Gustavo Petro alertou sobre pressão sobre o judiciário antes da decisão iminente no julgamento do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez.

Heredia concluiu que o fundador e presidente honorário do partido Centro Democrático ofereceu benefícios, por meio de intermediários, a presos para influenciar declarações que o favorecessem. Ele também tentou manipular depoimentos para incriminar o senador Iván Cepeda em supostos atos ilícitos.

No entanto, uma decisão sobre as outras acusações que o ex-presidente enfrenta, incluindo fraude processual e outra acusação de suborno, bem como uma possível sentença, ainda está pendente.

O caso surgiu em 2012, durante um debate no Congresso sobre ligações entre políticos e grupos paramilitares de extrema direita. Durante a sessão, o então senador Iván Cepeda (Pacto Histórico) insinuou que Uribe tinha ligações com esses grupos. Em resposta, Uribe apresentou uma queixa à Suprema Corte, alegando que Cepeda manipulou o depoimento de ex-paramilitares presos.

No entanto, em 2018, a Suprema Corte rejeitou a denúncia contra Cepeda por falta de provas e, em vez disso, abriu uma investigação contra Uribe por suposta manipulação de testemunhas. Desde então, o ex-presidente passou de acusador a réu, em um processo que incluiu sua prisão domiciliar em 2020, sua renúncia ao Senado e a transferência do caso para a justiça comum.

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