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segunda-feira, 3 fevereiro, 2025

Juiz analisará se caso de menores no Equador é desaparecimento forçado

Quito, 24 dez (Prensa Latina) Um juiz equatoriano analisará hoje se o caso dos quatro menores detidos pelos militares em Guayaquil no dia 8 de dezembro constitui desaparecimento forçado.

A audiência definirá se será concedido habeas corpus em favor dos pais dos quatro adolescentes desaparecidos, que pedem que o caso seja oficialmente reconhecido como desaparecimento forçado, uma violação dos direitos humanos.

Com esta decisão, o Estado ficaria obrigado “a fornecer uma explicação imediata, satisfatória e convincente do que aconteceu à vítima”, conforme explica o Comité Permanente de Defesa dos Direitos Humanos, organização que acompanha as famílias das crianças no processo.

Responsáveis ​​das Forças Armadas, Polícia Nacional, Ministério do Interior, Ministério da Defesa e Provedoria de Justiça são convocados para o procedimento esta terça-feira.

Os irmãos Josué e Ismael Arroyo, assim como Saúl Arboleda e Steven Medina, entre 11 e 15 anos, desapareceram no dia 8 de dezembro em Guayaquil e testemunhas viram que policiais uniformizados os levaram em uma van.

O ministro da Defesa, Gian Carlo Loffredo, confirmou que as crianças foram detidas pelos militares.

Segundo Loffredo, as tropas finalmente deixaram as crianças irem para a região de Taura, a cerca de 30 quilômetros de Guayaquil, onde está localizada uma das principais bases da Força Aérea Equatoriana (FAE).

Essa versão foi rejeitada por familiares que a consideram uma tentativa de justificação.

Dezenas de pessoas realizaram manifestações em Quito e Guayaquil para exigir respostas ao caso.

“Eles os levaram vivos, nós os queremos vivos”, diziam cartazes e slogans dos presentes nos protestos em ambas as cidades equatorianas.

O desaparecimento dos menores ocorre em meio à crise de segurança no Equador e no contexto de um estado de exceção que autoriza o Exército a realizar operações nas ruas, o que colocou a participação de aparentes uniformizados em atos sob a lupa. ilegal e abuso de poder.

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, sugeriu que as quatro crianças “sejam consideradas heróis nacionais”, mas os cidadãos exigem que sejam devolvidas com vida.

Os familiares das quatro crianças denunciaram “ações intimidatórias” da Polícia e a eventual tentativa do Executivo de interferir na investigação.

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