Judiciário popular: Nova face da democracia mexicana

Foto La Jornada

César Fonseca 

O Congresso mexicano, com maioria favorável ao presidente  Lopez Obrador, aprovou, nesta sexta-feira, reforma do judiciário em que os juízes passam a ser eleitos pelo voto popular para exercerem suas funções constitucionais.

A nova presidente eleita, Cláudia Sheinbaum, que toma posse no final do mês, terá apoio para enfrentar a grande ameaça à democracia mexicana: o narcotráfico.

A burguesia financeira mexicana, que, nessa semana, especulou à larga, para tentar inviabilizar aprovação da reforma do judiciário, está em pé de guerra.

Ela, historicamente, manda no judiciário, comprando decisões a peso de ouro, para fazer valer seus interesses.

Agora, o povo, que elege os juízes, são os novos mandantes na corte, frente à afirmação da democracia, fortalecida para enfrentar os desmandos dos poderosos.

Só o tempo dirá se essa aprovação legislativa dará ou não certo.

Afinal, nos países capitalistas periféricos, a voz do capital tem se imposto de um modo ou de outro, porque capital, especialmente, na fase da financeirização econômica global, é poder sobre coisas e pessoas.

De qualquer modo, não há como negar que se trata de uma renovação democrática expressiva, com cores populares fortes, da superestrutura jurídica do capitalismo mexicano, assentada sobre uma base(infraestrutura), tensionada pela luta de classe que, no México, é dominada pelo grande capital, sob influência poderosa, como não poderia deixar de ser, pelos Estados Unidos, o irmão imperialista do norte.

É acompanhar para ver como ficará a nova realidade mexicana, sob a conquista democrática de um judiciário dinâmico, extirpado dos vícios dos desmandos da corrupção que levou o sistema a uma completa desmoralização popular.

Indiscutivelmente, no cenário latino-americano, trata-se de fato político novo da maior relevância que marca avanço na consciência social do bravo povo mexicano.

Viva México!

https://www.jornada.com.mx/noticia/2024/09/13/politica/formula-senado-declaratoria-de-constitucionalidad-de-la-reforma-judicial-9642