© Sputnik / Alexander Tarasenkov
Israel provocou de forma consciente uma situação evidentemente perigosa no céu sobre a Síria, o que causou o incidente com o avião Il-20 russo, opina o especialista militar egípcio, ex-chefe do Centro de Pesquisas do Ministério da Defesa do Egito, general Gamal Mazlum.
O avião russo Il-20, a bordo do qual estavam 15 militares, foi derrubado por um míssil do complexo S-200 do exército sírio na noite de segunda-feira (17), matando todos os tripulantes.
Segundo afirmou o ministro da Defesa russo, a aeronave foi derrubada por mísseis sírios em resposta às ações da aviação israelense, que usou o avião russo como cobertura. Israel nega ser culpado do incidente.
“Qualquer país, antes de enviar militares para cumprir uma missão de combate, realiza o reconhecimento na região de operação. Israel sabia que o avião russo estava no céu. Entretanto, começou premeditadamente a realizar a operação no momento em que a aeronave russa estava lá”, disse Gamal Mazlum à Sputnik.
Ele esclareceu que os sistemas de defesa antiaérea devem operar durante qualquer ataque do inimigo. Israel aproveitou o momento em que o avião russo estava no céu, o que fez com que ele se tornasse alvo dos sistemas da defesa antiaérea síria, destacou.O especialista está de acordo com os dados do Ministério da Defesa russo de que Israel alertou a Rússia sobre o ataque aéreo demasiado tarde para evitar o incidente.
“Israel forneceu deliberadamente dados incorretos para provocar um problema entre a Rússia e a Síria ou, pelo menos, para colocar a Rússia em uma situação incómoda”, destacou o analista egípcio.
Comentando as possíveis consequências do incidente, Mazlum supõe que ele não se refletirá nos esforços de resolução do problema sírio. Segundo ele, a Rússia continuará realizando seus planos estratégicos na região.O especialista não espera tensões prolongadas nas relações russo-israelenses, explicando que os países têm muitos interesses conjuntos nas esferas militar, econômica e política.
Entretanto, Gamal Mazlum está certo de que, no futuro, a Rússia tomará medidas concretas para garantir a segurança de seus militares, tais como o posicionamento de meios preventivos de aviso de tais ataques, possivelmente, o fechamento do espaço aéreo nos lugares em que se realizam operações e estão suas forças.