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Até quarta-feira a capital da Nicarágua estará sediando o 23.º Encontro do Foro de São Paulo, entidade criada em 1990 por iniciativa de Luiz Inácio Lula da Silva para discutir “alternativas políticas à realidade da época”. Na pauta do encontro estão as situações de vários países da América do Sul, como Brasil, Venezuela e Colômbia.
Em Manágua estão presentes mais de 100 partidos políticos de esquerda de 26 países latino-americanos. Eles discutem a contraofensiva neoliberal, o processo de paz na Colômbia, a crise institucional da Venezuela e a condenação de Lula.
RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o filósofo e cientista político Emir Sader, coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), analisa os temas da pauta do Foro de São Paulo.
Sobre a onda neoliberal que toma conta de vários países sul-americanos, como Brasil e Argentina, Emir Sader observa:
“Eu acho que a situação de países como Brasil e Argentina, que tentam retomar o modelo neoliberal, demonstra sua fragilidade. Não há nenhuma adequação para a retomada pura e simples do mesmo modelo rígido aplicado nos anos 80 e 90 e que já naquela época havia fracassado. Este modelo está demonstrando sua incapacidade para retomar o crescimento econômico, bem como o de manter as conquistas sociais e, assim, ter legitimidade e apoio. O desgaste do Governo [Mauricio] Macri na Argentina é evidente, e o desgaste do Governo [Michel Temer] no Brasil é mais ainda.”
Em relação ao processo de paz na Colômbia, envolvendo as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Emir Sader aponta restrições:
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