29.5 C
Brasília
quinta-feira, 19 setembro, 2024

Inação do governo na previdência social é criticada no Panamá

Cidade do Panamá, 5 de julho (Prensa Latina) Várias vozes se erguem no Panamá em repúdio à posição do Governo sobre a crise que vive hoje o Fundo de Seguridade Social (CSS).

No seu mais recente discurso de 1 de julho perante a Assembleia Nacional (Parlamento), o Presidente da República, Laurentino Cortizo, afirmou estar preparado para participar na mesa de diálogo do CSS, para a qual ainda não há data para o reinício.

Segundo o secretário-geral da Convergência Sindical, Eduardo Gil, as reservas do subsistema exclusivamente de benefício definido Invalidez, Velhice e Morte (IVM) terminam dentro de alguns meses e o presidente apenas apelou à autonomia da entidade pública para não comparecer um problema que promete arrastar para baixo a economia de todo o país.

Por su parte, Aida de Maduro, una de las representantes del sector empleador de la directiva de la CSS, dijo al diario La Prensa que dicha postura de Cortizo es una “manera muy irresponsable de desligarse de las obligaciones que tenemos como Estado panameño, como País”.

O presidente do Conselho Nacional da Empresa Privada (Conep), Rubén Castillo, também expressou sua opinião de que o problema das pensões é assunto de todos, devendo ser promovido um diálogo genuíno e racional com o objetivo de encontrar uma solução, em que o A participação do Estado é vital.

Castillo lembrou que a mesa de diálogo foi suspensa aguardando um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em dezembro de 2021.

Mas quando o relatório finalmente estava nas mãos do Governo desde setembro de 2022, o diretor do CSS, Enrique Lau, indicou que eles precisavam do órgão para apoiar o relatório do estudo atuarial, e também incluir cenários com possíveis soluções para tomar decisões.

“Já faz um ano que o relatório chegou ao Panamá e ainda estamos pensando na dor. Não tem sentido. É inexplicável”, comentou o empresário que vislumbrou dificuldades para essas conversas em um ano pré-eleitoral, em que a política conspira contra as soluções.

Grupos como a Confederação Nacional da Unidade Sindical Independente (Conusi), liderada por Marcos Andrade, têm alertado sobre a possibilidade de a entidade adotar medidas paramétricas como aumentar a idade de aposentadoria e aumentar as cotas trabalhador-patrão para enfrentar a falta de recursos do CSS. O relatório da OIT, por sua vez, reiterou a gravidade da crise. A agência especificou o esgotamento da reserva total do subsistema de Invalidez, Velhice e Morte (IVM) em 2024, devido ao aumento acelerado do número de novas pensões, o que criará forte pressão sobre o financiamento da crescente despesa com o programa.

É assim que o défice anual de exploração projetado em termos nominais do sistema de benefício definido exclusivamente do IVM vai crescer progressivamente e atingirá um teto máximo anual em 2050 de cerca de sete mil e 500 milhões de dólares, indica o documento.

A OIT destacou em seu relatório a falta de visão de longo prazo das diferentes administrações desde a reforma do sistema previdenciário em 2005 e os problemas institucionais e de governança enfrentados pelo CSS.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS