Beirute, (Prensa Latina) O movimento de Resistência Hezbollah (Partido de Deus) completou a transferência de suas posições na fronteira com a Síria ao Exército do Líbano, que neste domingo (14) voltou a atacar bases do Estado Islâmico (EI) em Baalbek.
De acordo com o canal Al-Manar TV, similar ao agrupamento xiita, a entrega de postos situados ao longo da extensa fronteira libanesa-síria começou na sexta-feira e ajustou-se ao anunciado um dia antes por seu líder, jeque Hassan Nasrallah, depois de considerar cumprida a missão nessas zonas.
O desmantelamento dessas bases produziu-se nas periferias dos povoados limítrofes de Tufail, Brital, Ham e Maaraboun, e continuou durante o fim de semana em outras localidades do Leste do vale da Bekaa, apontaram fontes próximas ao movimento.
No entanto, o próprio Nasrallah declarou que o Partido de Deus manterá uma ‘presença de segurança’ no lado sírio da fronteira para proteger o Líbano de qualquer eventual infiltração de extremistas sunitas unidos ao DAESH, nome árabe de EI, ou à Frente Fateh Al-Sham, antes Al-Nusra.
A organização xiita enviou milhares de efetivos a combater junto ao Exército leal ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, contra esses grupos e os opositores armados, ao mesmo tempo que os enfrenta em áreas da montanha do Anti-Líbano onde essas bandas estão atrincheradas.
Enquanto, o canal Al-Mayadeen informou que a artilharia do Exército libanês bombardeou posições do DAESH nas montanhas de Ras Baalbek, no Nordeste do país, porém não precisou se teve vítimas.
A direção de informação das Forças Armadas, a sua vez, anunciou hoje que soldados governamentais capturaram na sexta-feira, cinco extremistas do EI em operações no Norte e na Bekaa, depois de investigações e monitoramento de suas ações por parte da divisão de inteligência.
Quatro dos detentos pertencem ao DAESH e mantiveram comunicações com líderes e servidores públicos dessa organização, enquanto o quinto suspeito estava implicado no contrabando de material logístico para o mesmo grupo.
Setores políticos e governamentais reagiram indistintamente ao último discurso do secretário geral do Hezbollah que responsabilizou daqui por diante o Estado da segurança ao longo da fronteira libanesa com a Síria, a qual valorizou de ‘muito segura’.
Nasrallah chamou os libaneses a ‘confiar na equação dourada de Exército-povo-Resistência porque o inimigo não levará a cabo suas ameaças’, mas o premiê Saad Hariri reprovou seu discurso ao estimar que ‘de modo algum beneficia o Líbano’.
Referindo às críticas de Nasrallah às declarações do segundo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, contra o Irã, Hariri -que é um estreito aliado do reino- afirmou que recusa todas as ‘políticas regionais’ do Hezbollah, em particular sua intervenção na Síria.
‘Hezbollah representa um amplo segmento de nossos irmãos xiitas como ao movimento Amal, e quem nos acusam por participar no mesmo governo com eles devem ser calados’, reagiu o chefe do Executivo em uma entrevista com a rede panárabe Rotana Khalijia TV.