Guatemala, (Prensa Latina) A Assembleia Social e Popular (ASP) da Guatemala condenou hoje a repressão contra os povos indígenas maias Chuj e Q”anjob”ao de Yiskisis, que rechaçam a construção de uma hidroelétrica no departamento ocidental de Huehuetenango.
O bloco civil exigiu às autoridades do Ministério da Casa Civil e da Defesa Nacional que evitassem os atos violentos contra essas pessoas, que expressaram sua recusa ao projeto da empresa Promoção e Desenvolvimentos Hídricos SA em uma consulta anterior realizada na comunidade do município de San Mateo Ixtatán.
Denunciou que durante a manifestação pacífica realizada nesta terça-feira contra a construção da hidroelétrica Pojom foi ferido gravemente, por disparos de arma de fogo, o senhor Sebastián Alonso Juan, de 72 anos de idade e originário de Yulchen.
Jornalistas que cobriam esse ato de protesto confirmaram que grupos armados paramilitares a serviço da empresa, ou talvez efetivos do Exército e das Forças de Segurança do Estado, abriram fogo contra os manifestantes e matagais próximos e feriram o idoso.
‘A população de San Mateo Ixtatán tem manifestado repetidamente sua preocupação e inconformidade pelo desenvolvimento do projeto hidroelétrico a diferentes autoridades municipais e estatais. No entanto, nunca teve resposta’, assinala a ASP.
Precisa, ademais, que no norte de Huehuetenango são executados numerosos projetos extrativos e de infraestrutura contra a vontade das comunidades, que são criminalizadas e reprimidas.
‘Os habitantes alertam que a tensão continua na zona, porque a empresa busca provocar um novo confronto entre os habitantes ou com forças de segurança, pelo que temem outros fatos lutuosos’, acrescenta o comunicado.
Diante deste panorama a ASP pediu à Procuradoria de Direitos Humanos e ao escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Guatemala que intercedessem pelo fim da violência e para garantirem a vida do idoso ferido, facilitando sua atenção médica.
‘Responsabilizamos o Ministério de Energia e Minas por autorizar licenças de projetos hidroelétricos e mineração sem consulta nem participação dos povos’, declarou a organização e insistiu à empresa Promoção e Desenvolvimentos Hídricos SA que respeite a vontade da população que solicita sua retirada do local.
E ainda pediu a todos as organizações que se pronunciassem pelo fim da repressão e em solidariedade com as comunidades agredidas.