Excelentíssimo Sr. Rolando Goméz González, Embaixador da República de Cuba no Brasil.
É com muito orgulho e alegria que compartilhamos com o povo cubano do 67º aniversário do assalto ao Quartel de Moncada. Uma data simbólica do que viria a ser o triunfo da Revolução Cubana.
De imediato realizou-se uma campanha de emancipação do povo, calcada em medidas de natureza econômica, política, cultural e social.
A ação envolveu 166 jovens, organizados e liderados por Fidel Castro, Abel Santamaria e Raul Castro. O objetivo era tomar o quartel, armar o povo e dar início à resistência armada contra a sangrenta ditadura de Fulgêncio Batista.
Na véspera do assalto, Fidel, diante dos combatentes exortou:
Poderemos vencer dentro de poucas horas ou sermos vencidos, mas em todo caso, ouçam bem, companheiros, o movimento triunfará de qualquer forma. Se vencermos amanhã, será mais cedo do que Martí esperava. Se ocorrer o contrário, nosso gesto servirá de exemplo ao povo de Cuba, para tomar a bandeira e seguir adiante, o povo nos apoiará no oriente e em toda a ilha. Jovens do Centenário do Apóstolo! Como em 68 e 95, aqui no oriente damos o primeiro grito de Liberdade ou Morte! Vocês já conhecem os objetivos do plano. Sem dúvida alguma é perigoso, e todo aquele que saia comigo esta noite deve fazê-lo por sua vontade absoluta. Ainda está em tempo de decidir. Alguns terão que ficar por falta de armas, aqueles que estão determinados a ir, deem um passo à frente. A consigna é não matar, a não ser como última necessidade“.
Seis revolucionários perderam a vida em combate. Outros 55, entre eles Abel Santamaria, foram feitos prisioneiros e posteriormente foram executados, ou pereceram em sessões de tortura.
Mesmo não sendo militarmente exitosa, a ação foi a alavanca da vitória da utopia, materializada no triunfo da revolução em 1º de janeiro de 1959, -quando, enfim, as promessas feitas ao povo foram compridas: O Programa do Moncada.
O cumprimento dos seis pontos previstos no Programa do Moncada foi a primeira e grande tarefa do governo revolucionário: O problema da terra, da moradia, da industrialização, do desemprego, da educação e da saúde do povo cubano foram superados.
De imediato realizou-se uma campanha de emancipação do povo, calcada em medidas de natureza econômica, política, cultural e social.
A primeira medida do Programa do Moncada levada a cabo foi a Lei da Reforma Agrária. Em seguida, a campanha educacional que tornou Cuba o primeiro país das Américas livre do analfabetismo. Atualmente, em torno de 99% da população cubana é atendida por um médico e por uma enfermeira da família. A mortalidade infantil e 5,4% por mil nascidos vivos e a expectativa de vida, 77 anos de idade. Índices superiores a países como os Estados Unidos, Japão, Dinamarca, segundo a UNESCO. Noventa e oito por cento das residências cubanas têm acesso a água potável, energia elétrica e saneamento básico.
O sistema de saúde pública de Cuba reconhecido internacionalmente, é um exemplo para a humanidade. Na batalha mundial contra a Covid-19, as brigadas médicas cubanas Henry Reeve, presente em 70 países, tem se caracterizado como uma ponte entre os povos, ricos ou pobres. Um exemplo que legitima sua indicação, por vários países e organizações internacionais, ao Prêmio Nobel da Paz de 2021.
Em contraponto ao direito à soberania e ao reconhecimento internacional dos médicos cubanos, o governo dos EUA, no marco de sua política hegemonista, recrudesce o deplorável e sexagenário bloqueio contra Cuba.
O assalto do Quartel de Moncada, representa um marco indissolúvel da história libertária do povo cubano. É exemplo de estímulo e perseverança a todos os povos que lutam pelo direito à soberania e liberdade plenas.
No ensejo, evoco o sentimento político revolucionário do saudoso arquiteto Oscar Niemeyer: Tivesse Fidel pensado diferente, protelado a revolução e seu país estaria hoje dominado pelos donos do dinheiro, pelo poder humilhante dos imperialistas norte-americanos.
Deputada Lídice da Mata
PSB-BA