Santiago de Chile, (Prensa Latina) A greve nacional dos filiados ao Colégio de Professores do Chile cumpre hoje cinco semanas sem que se vislumbre uma saída para o conflito pela negativa do governo em dialogar com os grevistas.
Em resposta, a ministra de Educação, Marcela Cubillos, pôs como condição a volta às salas para seguir dialogando e ameaçou inclusive com não pagar os salários a quem mantenham a greve e cortar no orçamento nas escolas. Nos pedidos de 11 pontos ficaram três sem solução, que os maestros consideram os mais sensíveis, referidos ao pagamento de um bônus às educadoras de ensino especial e pré escolar, e o reconhecimento de uma dívida histórica que data de finais da década de 1980.
Também, que se dê marcha atrás da uma mudança curricular no ensino médio que prevê a eliminação das matérias de História, Educação Física e Artes do programa obrigatório.
Diante da decisão dos docentes de manter a greve para que se satisfaçam suas demandas, o governo parece ter optado por uma política de desgaste, ao condicionar o diálogo à volta dos maestros às salas, coisa que os grevistas recusam por não confiar na palavra da ministra Cubillos.
O sindicato pediu inclusive ao presidente Sebastián Piñera mediar o conflito, mas este se negou a isso com o mesmo argumento da titular da Educação.
Também, o governo tenta desacreditar à direção do Colégio de Professores alegando supostas brigas internas na entidade que impediriam chegar a um acordo, o qual tem sido reiteradamente negado pelos principais líderes da greve.
Assim mesmo Cubillos anunciou o início das férias de inverno, o qual interromperia por várias semanas as classes, mas a diretora do sindicato respondeu estar em condições de continuar a greve quando se reinicie o ciclo docente.
Segundo meios de imprensa, esta paralisação é já a terceira mais prolongada na história do setor e desde seu iniciou o 3 de junho último, mantém fechadas boa quantidade de escolas públicas e mais de meio milhão de alunos fora das salas.
A greve tem ido ganhando apoio popular e segundo pesquisas mais de 65 por cento da população respalda-o, enquanto senadores e deputados têm tratado de mediar para procurar uma solução, infrutiferamente até agora.