As autoridades estão a preparar uma denúncia perante o Ministério Público, confirmou o titular daquela pasta, Luis Ramírez, citado pelo jornal, que ilustra a informação com uma fotocópia de uma alegada licenciatura em direito em nome do senador Hernán Rivas, entregue pela Universidad Sul-Americana.
Os responsáveis do MEC iniciaram diversas investigações depois de um inquérito que determinou a falsificação daqueles documentos, bem como de outros 100 num “instituto superior inexistente”, frisou o proprietário em contacto com o Cardeal ABC.
A investigação seguiu-se a inúmeras denúncias, muitas delas anónimas, sobre funcionários e instituições universitárias que se dedicam à adulteração de diplomas em diferentes carreiras, acrescentou a fonte.
O MEC – detalhou o ministro Ramírez – sofreu na semana passada, ainda em plena investigação, um “hack” do sistema associado às falsificações, que “já foi resolvido, embora não tenha sofrido grandes danos”.
“Graças a isso”, disse ele, “conseguimos descobrir que eles entraram com senhas originais, mas em horários inadequados, tudo foi gravado e detectamos que durante a noite eles entraram no sistema e certas coisas foram manipuladas, como como a venda de itens didáticos por um supervisor.” .
Segundo o ministro, evitou especificar nomes de pessoas e universidades nas suas declarações, “porque as investigações estão numa fase inicial e ainda não apresentamos todos os documentos ao Ministério Público”.
Ramírez denunciou que existem muitas fontes de corrupção na instituição, sobre as quais estão sendo realizadas inúmeras investigações e denúncias, e alertou os professores para “não cederem a este tipo de fraude”.
Por sua vez, os profissionais de saúde locais pediram na segunda-feira ao presidente Santiago Peña que modificasse a Lei do Ensino Superior para resolver os problemas de formação dos estudantes de medicina, segundo o jornal Última Hora.
A petição por meio de carta aberta ao presidente assinada pelo Círculo Paraguaio de Médicos denuncia “fragilidades e irregularidades no itinerário acadêmico” das universidades, tanto na graduação quanto na pós-graduação, particularmente nas especializações com residências.
Os médicos apelam, nomeadamente, ao controlo das funções do Conselho Nacional do Ensino Superior (Cones), órgão responsável por propor e coordenar políticas e programas para o desenvolvimento do Ensino Superior no país.
A carta aberta ao Chefe do Executivo expressa a “crescente preocupação” com a formação dos médicos e destaca que o sindicato já esgotou “todas as instâncias relevantes” para resolver estas deficiências.
Os médicos recordaram um comunicado de setembro em que alertavam para a existência de licenciados sem as competências mínimas, “situação que prevalecerá se a Resolução 190/2020 do Cones sobre autorização de estágios para a carreira de Medicina continuar sem revogação”.