La Paz, 8 out (Prensa Latina) Apesar dos efeitos adversos da crise climática e da inflação importada, a Bolívia mantém hoje custos de vida mais baixos em comparação com outros países vizinhos, descartando assim a estagflação.
ministro da Economia e Finanças, Marcelo Montenegro, garantiu em conferência de imprensa que até Setembro do corrente ano o Estado Plurinacional registou uma inflação acumulada de 5,5 por cento, superior à registada na mesma fase de 2023 (1,49 pontos percentuais), e explicou as causas.
“Temos uma inflação acumulada até setembro de 2024, de 5,5 por cento, uma taxa de inflação que estamos a olhar com muito cuidado e temos que explicar quais as componentes que estão por detrás dela. Descartamos esse cenário de estagflação”, afirmou o proprietário.
Segundo o ministro, a crise climática, o chamado contrabando reverso, a inflação importada, os bloqueios de estradas, os conflitos bélicos na Europa e no Oriente Médio, entre outros aspectos, no cenário nacional e internacional, impactaram os preços de diversos produtos, inclusive os da cesta familiar e produtos de higiene.
Mencionou neste contexto produtos que sofreram aumento de preços como arroz, tomate, carnes (frango e gado), além de outros produtos importados como pasta de dente, shampoo, condicionadores e detergentes.
Ele ressaltou que a seca, as geadas e as inundações afetaram a produção e, depois dessas adversidades, os contrabandistas agora levam alimentos bolivianos com preços mais baratos aos países vizinhos para vendê-los lá para outros que os multiplicam.
Indicou que este caso de contrabando reverso é o de arroz, gado vivo e ovos, só para citar alguns exemplos.
Sublinhou que esta situação é um sinal da força do Modelo Económico da Comunidade Social Produtiva aplicado pelo governo nacional.
Reiterou que a Bolívia tem um dos custos de vida mais baixos da região, o que significa que, em diversas economias da América do Sul e de outras partes do mundo, os preços dos produtos são mais elevados.
Montenegro exemplificou com o caso de um cidadão peruano, que comparou os preços dos produtos no Peru e na Bolívia no dia 7 de outubro no jornal La República, após visitar dois conhecidos supermercados.
Concluindo, este visitante considerou que se 200 soles (US$ 53,43) são gastos em seu país, apenas 130 (US$ 34,73) são gastos no Estado Plurinacional.
Destacou que, face a todas estas pressões, tanto externas como internas, o governo nacional trabalha para controlar que os produtos não vão para o estrangeiro e os preços não aumentam.
Na véspera, Arce indicou a militarização das fronteiras com o objetivo de evitar o chamado contrabando inverso de produtos nacionais com o correspondente impacto nos preços.