Bogotá (Prensa Latina) Cientistas colombianos argumentam que em menos de três décadas os glaciais no país poderiam desaparecer, devido aos efeitos do aquecimento global, um fenômeno que consideram sem retrocesso.
O cientista do Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (Ideam), Jorge Luis Ceballos, explicou que há seis anos a Colômbia tinha 45 quilômetros quadrados de capa glacial e hoje restam apenas 37, uma área do tamanho do bairro Chapinero de Bogotá.
Agregou que o país perde a cada ano entre três e quatro por cento dessas áreas geladas. Esse dado indica que nas próximas três décadas os nevados serão história e ficarão como registro nos livros de geografia, apontou Ceballos.
Manifestou que a Serra Nevada de Santa Marta, em frente à costa do Caribe colombiano, é o ecossistema mais afetado, pois é o que mais perde gelo e com maior velocidade em todo o país.
O especialista comentou que estas cifras são ainda piores no nível regional. Acrescentou que a Venezuela, a Colômbia, o Equador, o Peru e a Bolívia contam com 99% dos glaciais tropicais do mundo.
Nos últimos 50 anos, as capas de gelo vem retrocedendo, em média, 40% nestas nações andinas, ainda que com diferentes comportamentos quanto ao ritmo do desgelo.
Indicou que o efeito do aquecimento do planeta tem como principais vítimas, ou pelo menos os ecossistemas que se extinguem com maior rapidez, são os picos nevados que ainda ficam nos trópicos.
Também em relação ao tema, o diretor do Ideam, Omar Franco, disse que observando o monitoramento dos glaciais no país, a Serra Nevada de Santa Marta já perdeu 92% de sua área glacial em relação a tempos remotos.
Restam ali 6.7% de quilômetros quadrados de cobertura gelada em relação ao passado. Estes glaciais são o primeiro termômetro do aquecimento, devido ao aumento da temperatura em todo o mundo, disse Franco.