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quarta-feira, 9 outubro, 2024

Gabriel Boric toma posse como presidente do Chile

Santiago do Chile (Prensa Latina) Aos 36 anos de idade, Gabriel Boric é  empossado nesta sexta (11) como o presidente mais jovem da história do Chile, com o compromisso de fazer mudanças em um país imerso no processo rumo a uma nova constituição.

Boric fará o juramento de posse durante uma cerimônia no Salão de Honra do Congresso Nacional, na cidade de Valparaíso, onde participarão chefes de estado ou de governo e delegações de vários países.

A atividade ocorrerá por volta das 12:00 horas, horário local, sob rigorosas medidas de segurança devido à pandemia de Covid-19.

O ex-líder estudantil, candidato à coalizão de esquerda Apruebo Dignidad, venceu as eleições de 19 de dezembro de 2021 com uma ampla vantagem de quase 12 pontos sobre seu rival, o de extrema-direita José Antonio Kast.

Nessas eleições, Boric foi eleito com o maior número de votos (4,6 milhões) e o maior comparecimento dos eleitores desde a introdução do voto voluntário em 2012.

Durante seus quatro anos no poder, ele será acompanhado por um gabinete onde as mulheres estão em maioria, ocupando 14 dos 24 ministérios, incluindo pastas-chave como Defesa, Interior, Justiça e Relações Exteriores.

A nova administração enfrentará enormes desafios em um país considerado entre os mais desiguais da região, impactado pela Covid-19, a inflação alta, o baixo crescimento econômico, a crise migratória no norte e o conflito na região da Araucanía.

Seu programa de governo prevê alcançar um sistema universal de saúde, aumentando as pensões e o salário mínimo, fortalecendo o papel do Estado e a reforma tributária, mas com um Congresso dividido será difícil fazer avançar seus projetos, dizem os analistas.

“Há grandes expectativas, as pessoas esperam muitas mudanças, mas devemos chamá-las para refrear essas expectativas, especialmente a curto prazo”, disse Hugo Guzmán, analista e diretor do jornal El Siglo, ao Prensa Latina.

O próprio Boric admitiu que o processo de transformação será realizado “passo a passo, porque os países não se reinventam da noite para o dia”.

O presidente também terá que levar a bom termo o processo rumo a uma nova constituição para substituir a vigente desde a época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

“A elaboração da nova constituição está fazendo um progresso sólido”, disse Guzmán, acrescentando que o plenário já está votando conteúdos relacionados aos direitos sociais, aos direitos dos povos indígenas e das mulheres, uma mudança nas instituições do país e um movimento em direção a um modelo de desenvolvimento sustentável.

Todo este processo está em andamento apesar das pressões, ataques e desqualificações dos setores conservadores, disse ele.

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