Franklin Martins, que já se encontrou com Lula desde que foi preso, afirma que ele está muito ativo e que está preso porque deu oportunidade aos pobres. “Você chega lá ele está ligado, cheio de energia. Você vai la achando que vai consolar alguém que está sendo vítima de uma brutal injustiça, e não é alguém abstrato, é o maior presidente da República que esse país já teve e ele está lá preso porque ele foi o maior presidente que esse país já teve e porque ele deu oportunidade para os pobres, é isso que não se admite. Deu oportunidade para os pobres e defendeu com firmeza os interesses do nosso país”.
O ex-ministro também mostrou indignação com a falta de mobilização do país a favor da soltura do ex-presidente. “Tem uma coisa que me passa toda vez que eu vou lá que é como o Brasil pode estar calado diante de uma injustiça como essa? Como é que o Brasil pode estar olhando para isso como se fosse natural, algo que se comete não somente contra o Lula mas contra o país e a democracia? O Brasil demora muito a se levantar, convive demais com a injustiça”.
Em outro momento da conversa Martins criticou a ausência do presidente Jair Bolsonaro nos debates eleitorais quando era candidato à presidência. “Nós tivemos um candidato a presidente, que acabou eleito, e que era já no mês final das eleições um dos favoritos, e esse candidato não participava de debate. O fato é que esse candidato não foi a um debate, não falou o que pensava. O que era Bolsonaro?”.
Ele ainda complementa dizendo que os grandes meios de comunicação ajudaram a disseminar a ideia de que Bolsonaro não estava apto a participar dos debates. “De certa forma os grandes grupos de comunicação legitimaram que ele estava vivendo um grande drama de saúde por conta da facada, e não era verdade. Ele tinha tido problemas anteriormente mas já no final estava praticamente recuperado. Deveriam ter exigido que ele fosse ao debate. Ele, com isso, conseguiu o que é o sonho de todo candidato conservador de direita dentro de um país com enormes injustiças sociais como o Brasil: não discutir a pauta econômica social e por debaixo dos panos enfiar a pauta comportamental”.
Franklin Martins também comentou sobre a presença dos militares no governo Bolsonaro. “Sempre que as Forças Armadas vão além daquilo que é sua missão constitucional elas pagam um preço muito alto, e o país também, mas elas pagam o preço do ponto de vista do enfraquecimento da sua imagem e da sua vocação. Foi o que aconteceu na Ditadura Militar”.