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quinta-feira, 28 março, 2024

Forças Armadas defendem harmonia entre poderes e condenam ataque à imprensa: “Inaceitável”

Presidente Bolsonaro durante reunião com Fernando Azevedo, Ministro de Estado da Defesa (Foto: Marcos Corrêa/PR

 

Em nota, o Ministério da Defesa diz que ‘independência e a harmonia’ entre poderes é essencial e pede esforço coletivo para superar pandemia

 

Carta Capital

O Ministério da Defesa liberou uma nota, nesta segunda-feira 04, na qual afirma que as Forças Armadas brasileiras – Exército, Marinha e Aeronáutica – estão “ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade”, e que expressa repúdio em relação a agressão à jornalistas em uma manifestação pró-Bolsonaro no domingo 03.

O posicionamento vai de encontro às ações do presidente Jair Bolsonaro, que por mais que alegue seguir a Constituição e a democracia, endossa movimentos que pedem pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal e estimula aglomerações em frente ao Palácio da Alvorada mesmo em um período de pandemia.

No ato, Bolsonaro chegou a dizer que “não tinha mais conversa” para resolver atritos entre o poder Executivo e as outras instância, referindo-se ao recente embargo do Supremo a uma nomeação de Bolsonaro ao comando da Polícia Federal.

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“Na certeza que o povo está ao lado da verdade, do desenvolvimento, da democracia e da honestidade também. Como eu tenho dito, o Executivo está unido. Peço a Deus que não tenhamos mais problema esta semana, pois chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui pra frente, não só exigiremos, como faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço”, declarou.

O posicionamento do ministro Fernando Azevedo e Silva vai contra essa afirmação. “Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do País.”, diz o documento.

No mesmo ato, um fotógrafo e um motorista do jornal O Estado de São Paulo foram agredidos por estarem cobrindo o protesto que desrespeita as regras de isolamento social propostas para conter o coronavírus no Brasil. Bolsonaro associou as agressões a “infiltrado”, um “maluco”: “Eu não vi nada, eu estava dentro do Palácio. Estava na rampa, não vi. Recriminamos qualquer agressão que porventura tenha havido. Se houve agressão, é alguém que está infiltrado, algum maluco, deve ser punido”, declarou.

A nota do Ministério da Defesa classifica a agressão como “inaceitável” e acrescenta, depois, que o enfrentamento à pandemia requer um esforço coletivo, aparentemente ignorado por Bolsonaro.

“A liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático. No entanto, qualquer agressão a profissionais de imprensa é inaceitável. O Brasil precisa avançar. Enfrentamos uma Pandemia de consequências sanitárias e sociais ainda imprevisíveis, que requer esforço e entendimento de todos.”

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