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terça-feira, 16 abril, 2024

EUA ajudaram criminosos japoneses em troca de informação sobre guerra biológica, aponta arquivo

ÁSIA E OCEANIA

Sputnik – Acabam de ser reveladas mais evidências das atrocidades cometidas pelas tropas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, cuja informação foi usada pelos EUA.

Uma das evidências é a confissão escrita do comandante de uma unidade de guerra biológica do Exército japonês durante a ocupação da China.

A confissão pertence a Masaji Kitano, o segundo comandante da unidade 731 do Exército japonês, quando ele foi interrogado por investigadores do laboratório biológico militar de Fort Detrick, dos EUA. O interrogatório ocorreu depois de ter sido extraditado pelos americanos de uma prisão em Xangai para o Japão em 1946.

Kitano admitiu que a Unidade 731 conduziu experiências humanas e guerra biológica na China durante a guerra.

Uma cópia da confissão foi obtida pelo jornal Global Times no Museu de Evidência de Crimes de Guerra da Unidade 731 do Exército Japonês, em Harbin, no nordeste da província chinesa de Heilongjiang.

Para obter os principais segredos da Unidade 731, incluindo dados da guerra biológica e de experiências humanas, os EUA extraditaram Kitano da prisão de Xangai depois da rendição do Japão.

Assinatura do ato de rendição no navio norte-americano USS Missouri na Baía de Tóquio em 2 de setembro de 1945
© SPUTNIK / SPUTNIK
Assinatura do ato de rendição no navio norte-americano USS Missouri na Baía de Tóquio em 2 de setembro de 1945

Ele foi investigado pelo Exército dos EUA e escreveu uma confissão de 17 páginas. A cópia original está guardada no Arquivo Nacional dos EUA.

A confissão revela os crimes de guerra cometidos pelo Japão contra a humanidade quando invadiu a China, afirmou ao Global Times, Jin Chengmin, curador do museu.

O documento abrange informação relacionada ao fundador da Unidade 731, Shiro Ishii, suas missões, composição, estudo e armas de guerra biológica.

Kitano também forneceu secretamente para os militares dos EUA informação relacionada às experiências humanas e de guerra biológica, usando isso como moeda de troca para escapar de um julgamento no pós-guerra.

De 1945 a 1947, os EUA enviaram quatro investigadores de Fort Detrick ao Japão para interrogar ao menos 25 membros da Unidade 731 japonesa. Oferecendo a eles uma chance de serem dispensados do julgamento, os EUA obtiveram dados de experimentos em humanos, guerra bacteriana e experimentos com gás venenoso.

Navio dos EUA é atingido durante ataque fulminante do Japão contra a base naval americana de Peral Harbor, em 7 de dezembro de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial
© AP PHOTO
Navio dos EUA é atingido durante ataque fulminante do Japão contra a base naval americana de Peral Harbor, em 7 de dezembro de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial

Além disso, Kitano admitiu que a Unidade 731 conduziu experiências em humanos, estudos acadêmicos publicados durante a Segunda Guerra Mundial. A comunidade científica desses anos concordou com a chamada “pesquisa acadêmica” não obstante esta violar a ética médica, afirmou Jin.

Jin declarou que, se beneficiando do material da Unidade 731, o Exército dos EUA foi capaz de acelerar sua pesquisa e desenvolvimento de armas biológicas em Fort Detrick.

Sob a direção de Kitano, entre agosto de 1942 e março de 1945, a Unidade 731 modernizou seus equipamentos de guerra biológica em termos de tempo e escala de ataque, intensidade e número de vítimas.

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