Santiago do Chile, 4 jan (Prensa Latina) No primeiro dia de convocação da Prova de Transição (PDT) para o ingresso no ensino superior, dezenas de manifestantes protestaram hoje no centro desta capital.
Os jovens foram expulsos do local pelas forças dos Carabineros que, com o uso de ferramentas poderosas, cortaram as correntes e detiveram pelo menos uma dezena de estudantes, além de um cinegrafista da televisão Chilevisión, que filmava o protesto.
Em declarações à imprensa, Marcos Fauré, porta-voz do ACES, disse que o protesto foi motivado pelo caráter ‘segregador e discriminatório’ desta avaliação, e garantiu que as autoridades educativas têm ficado caladas perante as constantes exigências das organizações estudantis para que haja acesso universal ao ensino superior. Ele destacou que ‘no Chile, a educação é um negócio que o governo quer perpetuar’ e manifestou disposição para o diálogo, apesar das autoridades não terem ouvido suas reivindicações nas reuniões realizadas anteriormente.
Momentos antes, outros grupos montaram barricadas na Alameda Bernardo O’Higgins e atearam fogo a alguns pneus com os quais interromperam o trânsito de veículos enquanto lançavam panfletos com o slogan ‘O PTU e a educação para o mercado só são combatidos por escolas secundárias organizadas’.
Da mesma forma, o texto dos panfletos indica que o ano letivo já está perdido para os jovens dos setores populares porque as aulas, na forma virtual, aprofundaram a segregação na educação e os chamados para ‘sair às ruas protestar e juntar-se aos nossos colegas à luta pela educação ‘.
Por volta dessa época, no ano passado, também houve fortes protestos contra essa avaliação, então chamada de Prova de Seleção de Universidades, quando alunos do ensino médio ocuparam diversos centros educacionais para impedir a realização desses exames.