Washington, (Prensa Latina) O governo do presidente estadunidense Donald Trump poderia anunciar hoje a eliminação de uma lei de seu antecessor destinada a proteger o meio ambiente, para facilitar o surgimento de novas centrais elétricas de carvão.
Para o canal CNN, esta iniciativa constitui outra evidência da postura da administração norte-americana de contradizer tanto o consenso global a respeito da necessidade de agir contra a mudança climática, como as tendências do mercado.
Há cinco dias, Washington fez questão de emendar uma declaração do G-20 no contexto da cúpula na Argentina para reiterar sua decisão de abandonar o Acordo de Paris sobre mudança climática, assinado no final de 2015.
Expôs então que os Estados Unidos afirmam seu forte compromisso com o crescimento econômico, o acesso e a segurança energética, ao utilizar todas as fontes e meios tecnológicos, ao mesmo tempo que protege o meio ambiente.
A regulamentação do governo de Barack Obama (2009-2017) exigia que as novas plantas de carvão estivessem equipadas com tecnologias para capturar e alojar carbono a um limite tão alto que restringiu sua construção, recordou o canal de televisão.
Disse também que a mudança da norma não terá um impacto imediato, pois essas instalações, cada vez menos rentáveis, enfrentam a concorrência do gás natural barato e das fontes renováveis de energia.
Em lugar da regulamentação anterior, a administração de Trump proporia elevar o volume das emissões permitidas de dióxido de carbono nas centrais novas e modificadas.
Uma reportagem publicada há dois dias pela estadunidense Administração de Informação de Energia projetou que o nível de uso de carvão este ano será o mais baixo no país desde 1979.
Além disso, está previsto que se registre o segundo maior número de plantas que cessarão suas atividades, pois a demanda diminuiu 44% desde 2007 devido principalmente ao menor uso do minério na energia elétrica.
Trump manifestou em um ato público em Virginia Ocidental no meio deste ano que a indústria do carvão está voltando, um discurso que lhe deu grande apoio nesse e outros estados como Ohio e Kentucky.
No entanto, as cifras sobre o setor mostram o contrário e, segundo a reportagem mencionada, o consumo de carvão cairá quatro porcento em 2018 com respeito ao ano anterior, e o dobro em 2019, independente da vontade do presidente.