Quito (Prensa Latina) As chancelarias do Equador e da Colômbia criaram ontem aqui um mecanismo bilateral encaminhado a monitorar o processo de diálogos para a paz entre Bogotá e o Exército de Libertação Nacional (ELN).
Os chefes das diplomacias de Quito, Guillaume Long, e de Bogotá, María Ángela Holguín, revelaram aos meios de comunicação detalhes da reunião que tem lugar aqui junto a diretores de defesa, militares e representantes de diferentes instituições de ambas partes, sobre a instalação do instrumento.
A ideia de contar com um mecanismo entre chancelarias e os ministérios do interior e de defesa para um acompanhamento ‘muito rigoroso’ ao processo de paz da Colômbia e suas repercussões no Equador surgiu há vários meses, explicou Long em coletiva de imprensa na sede do Ministério de Relações Exteriores e Mobilidade Humana.
O titular reiterou que a paz da Colômbia é a paz do Equador e da região, mas propõe outros desafios e requer um plano de monitoramento para ter a informação adequada e dar respostas acertadas ante esses desafios.
O mecanismo leva um intercâmbio de informação, para avaliar a situação e ver a postura ativa deste Estado no processo de paz, que inclui a desmobilização de grupos armados e temas fronteiriços, entre outros, esclareceu.
Além disso, recordou que na véspera o governo da Colômbia e o ELN anunciaram em Quito a vontade de iniciar a parte pública das negociações de paz no dia 7 de fevereiro.
Long reafirmou o rotundo apoio do Executivo e do povo equatorianos ao processo para pôr fim aos confrontos armados na nação vizinha e alcançar a paz, algo que descreveu como histórico.
Por sua vez, a chanceler colombiana especificou que o governo de seu país prevê manter trabalhos conjuntos com o Equador, a fim de combater males como os remanescentes do crime organizado, para controlar a fronteira, algo que também fará mais adiante com o Peru e o Brasil.
O conflito tem sido lamentável, afetou-nos tremendamente e sabemos que também tem afetado o Equador, e temos uma oportunidade de contar com uma fronteira mais segura, com mais oportunidades para seus habitantes, em vez das complicações ocasionadas pelo conflito armado, advertiu.
‘O compromisso é de uma fronteira segura, que não terá repercussões negativas pelo processo de paz, mas que vêm somente benefícios e nisso o trabalho conjunto é importantíssimo’, acrescentou.
Holguín aproveitou a ocasião para agradecer ao Executivo equatoriano por ser anfitrião e país garantidor das conversas, bem como por estar à disposição da Colômbia desde o início e acolher os diálogos com o ELN.
‘Esperamos que o governo do presidente Juan Manuel Santos conclua em 2018 com a paz com o ELN’, expressou.