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Apenas 16 países deram respaldo ao governo autoproclamado da Venezuela. Organização precisa de 18 para iniciar processo de reconhecimento
Jornal GGN – A Organização dos Estados Americanos (OEA), sediada em Washington, Estados Unidos, não conseguiu reunir o número de membros suficientes na sessão extraordinária do Conselho Permanente para retirar a legitimidade do governo Maduro, e conceder a cadeira da Venezuela para o embaixador indicado pelo presidente autoproclamado Juán Guaidó.
A reunião aconteceu nesta quinta-feira (24) e apenas 16 países, liderados pelos Estados Unidos, deram respaldo à ação de Guaidó. O líder da oposição e presidente da Assembleia venezuelana se proclamou como presidente interino durante uma manifestação na última quarta-feira, em Caracas.
A sessão da OEA contou com a presença do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo. “Chegou o momento de a OEA, como instituição, se alinhar com a democracia e com o império da lei e reconheça o novo presidente [da Venezuela]. A hora de debater já passou”, apelou.
A pedido de Nicolás Maduro, a Venezuela está em processo de desligamento da OEA que termina em 28 de Abril. Logo após Guaidó se proclamar presidente, o porta-voz da OEA, Luiz Almagro pediu o cancelamento da saída da Venezuela. Mas a mudança do curso não é tão simples.
A organização precisa convocar uma Assembleia Extraordinária de Chanceleres. Para isso, vai precisar de 18 votos dos 35 países membros, somente para fazer a convocação. Mas, na reunião de ontem, obteve 16.
Depois de conseguir os 18 votos para chamar os primeiros-ministros das relações exteriores, o segundo passo será pôr em votação o pedido de reconhecimento do governo de Juan Guaidó e não legitimidade do governo Maduro.
Se mais de dois terços do total de 35 países se posicionar contra o governo chavista, portanto 23 países, aí sim, Guaidó poderá manter a Venezuela na organização e colocar Gustavo Tarre como novo Embaixador do país na OEA.
Segundo informações do jornal colombiano El Tiempo, os participantes da reunião de ontem na OEA ficaram surpresos com a “alto nível e intensa pressão que os EUA decidiram praticar sobre o tema Venezuela”.
“É muito estranho, de fato, que o secretário de Estado decida visitar a OEA para uma reunião com embaixadores, apesar de sua sede ficar apenas a alguns quarteirões do Departamento de Estado”, pontuou o jornalista Sergio Gómez Maseri.
Além dos EUA, votaram em favor do governo Guaidó: Argentina, Bahamas, Canadá, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Colombia, Honduras, Guatemala, Haití, Panamá, Paraguay, Perú e República Dominicana.
Enquanto a votação acontecia na OEA, o ministro da Defesa a Venezuela, general Vladmir Padriño López acompanhou outros comandantes da Força Nacional proclamando apoio a Maduro e chamando Guaidó de golpistas.



