San Salvador, outubro (Prensa Latina) El Salvador vive hoje na expectativa de quando poderá ocorrer um grande terremoto e para isso se prepara para a imprevisibilidade da natureza.
Por Luís Beatón
Para esta quinta-feira, 17 de outubro, será realizado um simulacro de âmbito nacional com o objetivo de avaliar e preparar a população e as instituições governamentais para um possível evento sísmico, informou a Proteção Civil.
O objetivo desta atividade é verificar o nível de preparação para evacuações e deslocamento de vítimas em caso de possível terremoto de grande magnitude.
Mesmo o homem não conseguiu prever os choques sísmicos, embora as ameaças não estejam apenas latentes no chamado polegar mindinho das Américas.
Por exemplo, embora não se saiba quando irá explodir, anos de observações e estudos levaram os especialistas a prever o “Big One”, um enorme e temido terramoto que dizem que ocorrerá na Califórnia, Estados Unidos, e que é objeto de especulações e as mais variadas interpretações, inclusive recriadas em diversos filmes.
Alguns dos habitantes da grande metrópole que é Los Angeles vivem com um medo interno porque parecem convencidos de que o desastre se aproxima em tempo real e não continuará a mostrar-se como um esquema preparado por computadores.
Estudos indicam que já começou a contagem regressiva para que ocorra o rompimento da falha de San Andreas, que hoje seria maior do que quando atingiu a região em 1857 com sua força de 7,9 graus Richter e percorreu 400 quilômetros entre os condados de Monterey e San Bernardino.
Para os salvadorenhos a situação é semelhante e segundo as autoridades, a realização de um exercício permite-nos melhorar a capacidade de resposta a emergências, aumentar a preparação e reduzir os riscos associados a um terramoto.
El Salvador fica próximo às placas Cocos e Caribe, portanto, existe a probabilidade da presença de movimentos telúricos. Por vezes imperceptíveis ao homem, o terroir regista muitos movimentos que também fazem parte da sua geografia vulcânica.
Há poucos dias, o prefeito de San Salvador Centro realizou um simulacro de terremoto no âmbito da comemoração de 10 de outubro de 1986, dia em que um terremoto de magnitude 7,5 na escala Richter abalou a capital.
Aquele terremoto ainda está presente na memória dos salvadorenhos, um desastre que marcou a capital pelo seu grande impacto. Mais de 1.500 mortos, 10.000 feridos, cerca de 60.000 casas destruídas ou gravemente danificadas, segundo relatórios do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais (MARN).
Os terremotos deixaram uma marca indelével na história de El Salvador, marcando momentos de destruição que mudaram o rumo do desenvolvimento urbano e social do país.
Devido à alta densidade de vulcões em seus apenas 21 mil quilômetros de extensão, o país teve alta atividade sísmica ao longo de sua história, tanto que San Salvador é conhecido como “O Vale das Redes”, por estar localizado no no meio de vales vulcânicos que freqüentemente produzem tremores e terremotos.
Estes movimentos não são novidade para a população; No entanto, embora alguns possam ser tão suaves como o balanço de uma rede, outros podem deixar um rasto de destruição no seu rasto.
A história regista vários terramotos, incluindo o de 1854 que causou a destruição da capital com uma magnitude de 6,5 na escala Richter e obrigou à decisão de a transferir para Santa Tecla.
“Todas as casas, todos os edifícios públicos do El Salvador colonial caíram com aquele terremoto de 1854”, disse o historiador salvadorenho José Ramírez sobre este acontecimento.
A última erupção do vulcão San Salvador, em 1917, que, acompanhada de um terramoto, destruiu a capital e cidades vizinhas, é também motivo de memória.
Estas tragédias fazem agora parte da história, mas, enquanto as memórias permanecem na memória coletiva, o desafio continua, de aprender com o passado, construir com visão para o futuro e preparar-se para o inevitável. Porque nesta terra de vulcões e terremotos a única certeza é a necessidade de estar sempre alerta, dizem os especialistas.