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segunda-feira, 14 outubro, 2024

Economia na UTI: agiotagem ameaça Bolsonaro

Economia respira por aparelhos
A prévia do PIB, divulgada pelo BC, ficou em 1,15%; economia respira por aparelhos; 60% do PIB nacional são serviços, consumo da população, que, em 2018, registrou queda de 0,1%, segundo IBGE; menos mal que em 2015, 2016 e 2107, quando caiu 3,6%, 5% e 2,8%, respectivamente. Em dezembro do ano passado, o consumo estava 11,4% abaixo do registrado em 2014; ou seja, bancarrota; os analistas esperam crescimento de 1% do PIB, no ano passado, e, na base do super-otimismo, chutam que, em 2019, pode alcançar 2%.
Enquanto isso, no compasso da inflação cadente, na casa dos 3,5%, 4%, os lucros dos bancos foram espetaculares; em seu conjunto, os 4 maiores bancos – Banco do Brasil, Santander, itaú e Bradesco – aumentaram em 20% sua lucratividade; o Santander registrou fantástico crescimento de 52,1%; Bradesco, 30,2%; Banco do Brasil, 22,2% e Itaú, 4,2%, segundo Economática Consultoria Financeira.

Qual a fonte inesgotável de lucro dos bancos?

Certamente, não é o consumo da população, que não reagiu; a resposta é clara, o lucro bancário advém não da economia real, mas fictícia; mais precisamente, os bancos faturam, absurdamente, graças à agiotagem praticada sobre a dívida pública, inesgotável fonte de lucro meramente especulativo, que não produz correspondência alguma relativamente ao crescimento do PIB; ou seja, quanto mais os bancos faturam, mais o povo se empobrece; clareza maior do que essa impossível, conforme demonstram dados levantados pela Auditoria Cidadã da Dívida.

Eles evidenciam pra onde está indo o grosso dos recursos orçamentários; as despesas financeiras(juros e amortizações) levam mais de 40% do total do Orçamento Geral da União, realizado em 2018; já as despesas não financeiras(gastos sociais que geram renda disponível para o consumo), os restantes 60%, descritos no gráfico abaixo, estão congeladas, desde governo Temer, por vinte anos, conforme impuseram os credores ao grande devedor governo federal; sacrifica-se o lado real da economia, que dá resposta à sociedade em forma de emprego, renda, produção, consumo, arrecadação e investimentos, para priorizar o lado fictício, que somente aprofunda recessão e desemprego.

Sangria especulativa acelerada

Os neoliberais, comandados por Paulo Guedes, teleguiado por Chicago, insistem naquilo que nenhum país capitalista desenvolvido adota mais, especialmente, depois da crise global de 2008, ou seja, achatamento do consumo em nome do combate à inflação; esta recua a cada mês, mas, em contrapartida não estimula novos investimentos; afinal, sem consumidor não há arrecadação, que leva o governo a aumentar investimentos; sem investimento público, os empresários não veem, diante de si, o que Keynes chamava de eficiência marginal do capital, isto é, o lucro; consequentemente, mantém-se adormecido o denominado espírito animal empreendedor.

O maior economia do século 20, Keynes, dizia que a única variável econômica verdadeiramente independente sob capitalismo é quantidade de oferta monetária que o governo emissor de moeda joga na circulação capitalista; quando faz isso, produz quatro movimentos simultâneos, que puxam a demanda global:
1 – eleva relativamente os preços de bens-salários;
2 – reduz, relativamente, a unidade de salário real;
3 – diminui os juros e
4 – perdoa dívida acumulada a prazo dos empresários.

Eis porque, como disse o autor de Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, emerge, em tais circunstâncias, o espírito animal empresarial; sem ele, é o que se vê: paralisia econômica; ganham, apenas, os especuladores; danam-se, completamente, os trabalhadores.

Bolsonaro, nesse ambiente econômico, mantido por Paulo Guedes, dificilmente, cumprirá promessa de campanha eleitoral; corre, portanto, perigo de derrota nas próximas eleições.

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