José Reinaldo Carvalho*
A violência na relação entre palestinos e usurpadores israelenses é fruto da opressão e de crimes das forças repressivas israelenses que se tornaram rotina
247 – A eclosão de mais um conflito armado entre o povo palestino e o Estado opressor de Israel neste sábado (7), surpreendeu o mundo pela intensidade dos ataques do movimento de resistência, sua potência, a quantidade e diversidade das armas, a ousadia das ações, a capacidade de combate renovada e os triunfos conquistados ao penetrar nos territórios usurpados aos palestinos pelos colonialistas israelenses.
Mas não surpreenderam se se consideram os fatores históricos, o desenvolvimento recente da conjuntura tensa nos territórios palestinos e os crimes das forças repressivas israelenses contra a população palestina indefesa, crimes continuados, reiterados, transformados em fatos corriqueiros.
A operação Tempestade de Al Aqsa é uma consequência da privação dos direitos legítimos da Palestina. Quem o diz não é o Hamas, mas a Autoridade Nacional Palestina, o governo sediado em Ramallah, que tem divergências históricas com o Hamas desde o ponto de vista ideológico, de linha política e métodos de ação. A Autoridade Nacional Palestina também alertou para as consequências das provocações de ataques diários, incluindo terrorismo por parte de colonos e forças de ocupação, bem como ataques à Mesquita de Al-Aqsa e a locais sagrados islâmicos e cristãos.
De acordo com a Autoridade Nacional Palestina, e com o consenso entre todas as forças políticas e sociais palestinas, a segurança, a estabilidade e a paz na região só poderão ser alcançadas acabando com a ocupação israelense e conquistando o Estado Nacional Independente, tendo por capital Jerusalém Leste. Esta é a visão, com variações de forma e retórica, da esmagadora maioria dos países árabes e de sua organização multilateral , a Liga Árabe. É também, com expressões em linguagem diplomática, da Organização das Nações Unidas.
A negação por parte de Israel dos acordos assinados e o não cumprimento das resoluções de legitimidade internacional impedem a construção do processo de paz, daí a ausência de uma solução para a causa palestina após 75 anos de sofrimento e usurpação.
*José Reinaldo Carvalho é jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc