Por Osvaldo Rodríguez Martínez Panamá (Prensa Latina) A dívida pública do Panamá cresceu seis bilhões de dólares em 2020, mas já em janeiro aumentou mais 2 bilhões 450 milhões em apoio ao orçamento deste ano, informaram aqui nesta sexta (22)..
A mídia local publicou que na véspera o país colocou no mercado financeiro Global Bonds com vencimento nos anos 2032 e 2060 no valor de 2,45 bilhões de dólares, como parte do plano de financiamento para o ano fiscal de 2021.
A operação, que esteve a cargo de uma equipe do Ministério da Economia e Finanças (MEF), vai cobrir apenas parte dos 6 bilhões de dólares de financiamento do país para este ano, que inclui o reembolso de dívidas a vencer.
Essa nova etapa foi acompanhada pela abertura de uma linha de crédito cautelar do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 2.700 dólares, que poderá ser utilizada em 2021 e 2022 ‘em circunstâncias muito específicas que aprofundam a crise no país, por isso funciona como apólice de seguro ‘, garantiu o MEF.
Na teoria desenvolvida em 2019 pela instituição sobre a sustentabilidade da dívida, afirmam que o crescimento projetado e os empréstimos estariam em harmonia com os números macroeconômicos considerados saudáveis pelo FMI e pelo Banco Mundial; Mas essa projeção foi arruinada pela pandemia Covid-19.
No final de 2020, a dívida pública do Panamá era de 36.959 milhões de dólares, enquanto a recessão do ano passado era calculada entre 14 e 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), para muitos economistas a pior das últimas três décadas.
Na opinião do professor Rolando Gordón, a dívida hoje pode representar que, de cada dólar de renda, o país deve pagar entre 60 ou 65 centavos para honrar os compromissos assumidos, o que significa que não sobraria o suficiente para cobrir as necessidades da população.
Com exceção da receita de pedágios e serviços do Canal do Panamá, a arrecadação de impostos de todas as atividades, no final de dezembro recente, ficou 28% abaixo do planejado, e mesmo no ano anterior, o que gerou um déficit de 2.512 milhões de dólares.
Entre janeiro e fevereiro de 2020, o governo anunciou que a arrecadação se recuperou em relação aos mesmos períodos anteriores, mas essa tendência mudou a partir de março com o início da crise da saúde, cujas medidas de contenção prejudicaram gravemente a geração de riqueza.
Por outro lado, o otimismo das previsões para 2021 de que a economia iria reagir e crescer 5,5 por cento do PIB, tem sido frustrado até agora com a chamada segunda onda da pandemia Covid-19, que obrigou a atuais restrições de mobilidade, fechamento temporário de empresas e postergação de projetos de reanimação.