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segunda-feira, 9 setembro, 2024

Deputados chilenos rejeitam pedido de impeachment de Piñera

Sessão de debate sobre impeachment do presidente durou seis horas

DW

Parlamentares votam contra acusação para responsabilizar presidente por violações de direitos humanos cometidas durante protestos. Essa foi a segunda iniciativa do gênero na história do país.

 A Câmara dos Deputados do Chile rejeitou nesta quinta-feira (12/12) uma acusação constitucional contra o presidente Sebastián Piñera que alegava que falhou em prevenir violações de direitos humanos cometidos durante os protestos no país. Esse era o primeiro passo para a abertura de um processo de impeachment contra o mandatário.

A rejeição foi decidida em uma votação apertada em uma sessão de debate que durou seis horas. O placar foi de 79 votos a favor e 73 contra a chamada “questão prévia”, cuja aprovação faria com que o pedido, apresentado em 19 de novembro, não fosse analisado.

A maioria dos deputados entendeu que a denúncia não atende aos requisitos previstos na Constituição. O pedido foi apresentado por parlamentares da oposição que visavam responsabilizar Piñera pelas violações de direitos humanos cometidas por agentes de Estado durante a onda de protestos que atinge o país.

A acusação constitucional é um procedimento que permite aos deputados iniciar um julgamento político contra uma autoridade e pode levar ao impeachment do presidente. Para seguir adiante, o mecanismo precisava da maioria absoluta na Câmara e posteriormente do apoio de dois terços do Senado.

Essa foi a segunda vez na história do Chile que deputados apresentam uma acusação constitucional contra um presidente em exercício. A primeira foi em 1956 contra Carlos Ibáñez del Campo, que também foi rejeitada.

A denúncia apresentada afirmava que Piñera era responsável pelos atos de sua administração que “comprometeram gravemente a honra da nação” e por “violar abertamente a Constituição e as leis ao consentir que as Forças Armadas e da ordem cometessem abusos sistemáticos e generalizados de direitos humanos”.

A defesa de Piñera argumentou que o processo era ilegal e disse que o presidente não procurou “reprimir os manifestantes”, mas “manter a ordem pública”.

Embora a oposição chilena possua 83 assentos na Câmara contra 72 governistas, vários deputados opositores já haviam se manifestado contrários à acusação contra o presidente.

As manifestações no Chile – as mais graves desde a redemocratização do país, em 1990 – começaram em 18 de outubro devido a um aumento da passagem do metrô de Santiago, revogado depois pelo governo. Os protestos, porém, se voltaram contra o modelo econômico neoliberal do país.

A maioria das manifestações foi pacífica, porém, houve incidentes de extrema violência que já deixaram 24 mortos e mais de 2.800 ficaram feridos, 300 deles com graves lesões oculares devido a disparos de projéteis no rosto.

CN/efe/rtr

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