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quinta-feira, 25 abril, 2024

De potência petroleira a colônia miserável

Foto Divulgação

por Ion de Andrade/JornalGGN

A nota da Associação Nacional dos Petroleiros (clique aqui para ler) dando conta de que a política de preços da Petrobrás, louvada pelo PSDB (clique aqui) está orientada para produzir a ociosidade das nossas refinarias e favorecer a importação de diesel americano mostra, mais uma vez na história do nosso sofrido país, algo que tem nome: entreguismo. Trata-se pois de um crime de lesa pátria que oxalá possa um dia ser levado aos tribunais.

Essa política que arruína a indústria nacional, aumenta a dependência estrangeira, produz miséria, desemprego e faz fluir as riquezas nacionais para o exterior não atinge apenas os caminhoneiros e suas empresas, atinge as famílias brasileiras num item tão ou mais relevante para a vida do país quanto o diesel: a gasolina e o gás de cozinha. Os aumentos desse último derivado do petróleo, aliás, tiveram o condão de produzir o retorno aos tempos do carvão a milhões de compatriotas nossos.

Sob a pressão do bloqueio das estradas, o movimento conseguiu do governo uma trégua de 15 dias com redução de 10% do preço do diesel nas refinarias, após o que Pedro Parente (PSDB, clique aqui) poderá voltar a aumentar os preços do produto, sucatear as nossas refinarias e depois fechá-las por ociosas que são ou vendê-las a preço de banana. Tudo em benefício, conforme nos informam os engenheiros da Petrobrás dos interesses americanos. O que está em jogo, é bom que se diga, não é essa redução cosmética dos preços do Diesel, é a própria política de preços da Petrobrás que faz do Brasil, potência petroleira, um país de otários.

A crise aponta para duas lições que deveriam ter sido mais fortemente explicitadas pelas forças progressistas nesses últimos dias.

A primeira lição é a de que não pode haver nenhum acordo para o diesel que não contemple também a gasolina e o gás de cozinha e o único acordo possível é a mudança da política de preços do Petróleo que possa novamente beneficiar o Brasil, suas empresas, seus empregos e o seu povo. Essa lição leva à conclusão óbvia de que Pedro Parente (PSDB, clique aqui) deve ser responsabilizado judicialmente pela política lesiva ao Brasil que está propositadamente levando adiante em favor das petroleiras americanas.

A segunda lição que pode ser tirada dessa crise é a de que a Petrobrás tem para com o Brasil (empresários e trabalhadores) um papel incontornável de indutora do desenvolvimento. Isso interessa atualmente aos caminhoneiros e a suas empresas e interessa também às famílias brasileiras, que utilizam cotidianamente a gasolina nos seus carros, e estão na classe média, mas interessa, sobretudo, àquelas famílias mais pobres que voltaram ao carvão para cozinhar e que merecem ser tratadas com dignidade e solidariedade pelo Brasil, potência petroleira.

Seria importante organizarmos atos massivos de rua em favor da mudança dessa política de preços do Petróleo, pela responsabilização judicial do presidente da Petrobrás e pela reincorporação pela Petrobrás do seu papel histórico de indutora do desenvolvimento nacional. Devemos fazer isso nessa “trégua” de 15 dias.

Não se trata para os progressistas de aderir ao locaute. Se trata de exprimir diante desse apagão moral a indignação do povo brasileiro diante de um governo que vem sendo capaz de converter o Brasil, potência petroleira, numa colônia miserável capaz sem qualquer escrúpulo de devolver à ruína a indústria nacional do Petróleo e à miséria milhões de compatriotas nossos.

A Frente Democrática e as Centrais Sindicais, a Frente Nacionalista do senador Requião, a Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo não podem ficar inertes. Devem puxar movimentos amplos onde caibam todos os que estão indignados!

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