HispanTV – A Europa está preparando “medidas retaliatórias proporcionais” para proteger os interesses da União Europeia, após novas tarifas impostas pelos EUA.
Após o colapso das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre tarifas, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou neste sábado que imporá uma tarifa de 30% sobre produtos europeus a partir do primeiro dia do mês que vem.
Em resposta, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, alerta que a imposição desse imposto “interromperia cadeias de suprimentos transatlânticas essenciais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes de ambos os lados do Atlântico”.
No entanto, o eurodeputado sênior indicou que a UE está disposta a chegar a um acordo antes de 1º de agosto, mas, ao mesmo tempo, está totalmente preparada para proteger seus interesses, inclusive por meio da adoção de medidas proporcionais recíprocas, se necessário.
Concluindo seus comentários, a alta autoridade europeia acrescentou que, enquanto isso, eles continuam a aprofundar suas parcerias globais, “firmemente enraizadas nos princípios do comércio internacional baseado em regras”.
Enquanto isso, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, lamentou que as tarifas “alimentem a inflação, gerem incerteza e dificultem o crescimento” e afirmou que a UE está “unida e firme” na proteção de seus interesses.
Em outro episódio de sua guerra tarifária, Trump usou sua plataforma de mídia social, Truth Social, para se dirigir à presidente mexicana Claudia Sheinbaum e anunciar a imposição de tarifas adicionais de até 30% sobre produtos do México.
Diante dessa situação, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Economia do México declararam em um comunicado que “foi um tratamento injusto e eles discordam”.
“O México já está em negociações” para chegar a um acordo sobre “uma alternativa” às tarifas “que protegerá empresas e empregos em ambos os lados da fronteira”, detalham os ministérios mexicanos.
O governo da presidente Claudia Sheinbaum está confiante de que pode “resolver qualquer possibilidade” de as tarifas anunciadas por Trump entrarem em vigor em 1º de agosto, diz o comunicado.
O México é um dos países mais vulneráveis às tarifas impostas pelo presidente republicano, já que 80% de suas exportações vão para os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial.
Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump fez da guerra tarifária uma de suas principais ferramentas de pressão econômica. Ele impôs tarifas punitivas sobre produtos chineses na tentativa de reduzir o déficit comercial e conter a ascensão tecnológica de Pequim, desencadeando uma escalada de retaliações.
O México também tem sido alvo de ameaças e tarifas, usadas como alavanca em questões de imigração. A Europa enfrenta impostos sobre aço, alumínio e produtos agrícolas e, em um incidente recente, o Brasil foi punido com algo bastante inusitado : o processo contra o aliado de Donald Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi implicado em uma tentativa de golpe.
Essa estratégia, embora popular entre certos setores industriais dos EUA, gerou tensões globais e interrompeu as cadeias de suprimentos internacionais.
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