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segunda-feira, 7 outubro, 2024

Cuba forma mais médicos para o mundo

A Universidade das Ciências Médicas de Havana formou, no ano acadêmico 2017-2018, 75 estudantes estrangeiros de 29 países, uma conquista solidária que, em mais de 50 anos de formação de recursos humanos no setor da saúde, formou mais de 34 mil jovens de 135 nações.
Dos formados no mês de julho, 24 foram da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) e os demais estudaram na modalidade de programas por acordos bilaterais entre governos ou autofinanciamento do próprio estudante.
Isso foi corroborado pela jovem iraniana Hasareh Abolfathi, que achou difícil aprender porque sua língua nativa é persa. «Quando cheguei a Cuba, estudei um ano como pré-médico para aprender a língua espanhola nos primeiros seis meses e depois matérias de pré-universitário como preparação para os estudos universitários. Superei minhas deficiências de linguagem com amigos cubanos e o apoio recebido pelos professores», relatou.
Ela estudou Odontologia na faculdade Victoria de Girón, onde se juntou ao movimento de alunos assistentes desde o segundo. Essa atividade permitiu que se aproximasse das especialidades médicas e ajudasse seus colegas da turma. Ela também foi capaz de conduzir pesquisas e apresentar trabalhos nas jornadas científicas.
Devido aos seus resultados educacionais, alcançou a categoria de título de ouro, concedida a estudantes cujo índice acadêmico geral ultrapassa 4,75 pontos e que tenham mantido notável participação em festivais culturais e esportivos. «Eu levo boas lembranças de Cuba, principalmente muitas fotos dos lugares visitados e meu diploma de graduada», asseverou a jovem de 24 anos.
Enquanto isso, o angolano Alberto Raul Muabi reconhece que os anos de faculdade estudados na maior Ilha do Caribe foram o mais prezado em sua vida, porque lhe permitiu conhecer muitas pessoas boas, que lhe ensinaram muito mais do que uma profissão, essencialmente, ser mais humano
«Cheguei sendo adolescente, – assinalou o jovem de 29 anos. Tinha pouca experiência nas relações humanas e no convívio com outras pessoas. Viver em uma escola de bolsistas e me adaptar a compartilhar com amigos como se fossem parentes próximos era algo novo».
Salientou o rigor acadêmico exigido por seus professores e para ele o mais importante na sua formação foi o vínculo com os pacientes: «Os dois primeiros anos estudamos disciplinas básicas e pré-clínicas e a partir do terceiro anos nos inserimos em um hospital e trabalhamos nas salas, cuidando dos doentes. Gostei muito da disciplina Propedêutica, baseada no exame clínico para estabelecer diagnósticos».
Refere que seu momento mais difícil foi no primeiro ano da carreira. Seus professores exigiram uma aprendizagem profunda e responsável, portanto teve que rapidamente adquirir novos métodos de estudo para responder certeiramente aos exames baseados no raciocínio.
Sentiu grande apoio dentro do grupo de angolanos, que mantinham costumes e tradições, apesar da distância da pátria. «Todos nós desenvolvemos atividades conjuntas principalmente a gala cultural onde mostramos aos cubanos e estudantes de outros países nossas danças, música, fantasias, receitas culinárias e explicamos a geografia. No esporte, minha equipe foi campeã de basquete nos jogos Galenos em 2013 e 2014. Participei de marchas, desfiles e eventos políticos».
Da mesma forma, Antony Richards, de São Vicente e as Granadinas, escolheu ser médico porque vários membros da família sofrem de doenças crônicas não transmissíveis e precisam visitar o consultório com frequência. Percebeu que em seu país o atendimento primário ainda precisa de mais desenvolvimento e quer propor estratégias aprendidas na carreira que possam beneficiar suas famílias e o povo.
Também reconheceu o prestígio mundial alcançado pela Ilha maior das Antilhas na assistência médica pública e gratuita. Ele também obteve a categoria de título de ouro por seus 4,96 pontos de média geral. Nos primeiros anos de graduação prestará serviços no nível primário de seu país, mas depois quer voltar para se especializar em Otorrinolaringologia.
Por seu lado, Keyla Kerr da cidade de Colón, no Panamá, agradeceu a Cuba a possibilidade de realizar o sonho de se tornar médica . «Não tenho palavras para expressar a emoção e profunda gratidão que tenho por este país. É uma experiência muito linda, a mais agradável e importante da minha vida», disse profundamente emocionada e com lágrimas nos olhos.

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