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segunda-feira, 18 março, 2024

Cuba fidelista contra o impossível

Fidel Castro, um orador mestre, faz um discurso por volta de 1960. Photo: Osvaldo Salas

Curta parece a vida que ao ser humano lhe foi dada. Somos apenas gotas de luz diante do infinito da História. A morte, sempre tremenda, põe fim à matéria e, como lei inexorável, chega a todo mundo

Autor: Yeilén Delgado Calvo | internet@granma.cu

CURTA parece a vida que ao ser humano lhe foi dada. Somos apenas gotas de luz diante do infinito da História. A morte, sempre tremenda, põe fim à matéria e, como lei inexorável, atinge a todos.

Derrotá-la — muito a despeito dos esforços daqueles que durante séculos tentaram fazê-lo com artifícios — só pode ser feito através de dois caminhos: deixar o amor semeado, a partir da nobreza e da entrega; ou gestar ideias que superem o pessoal para criar raízes no patrimônio comum.

Mas poucos homens e mulheres são seguidos pelos dois rastos de uma só vez e acessam a uma forma sublime de eternidade. Então deixam de ser eles mesmos para se tornar um povo, e quanto mais distante a data de sua partida, mais eles se multiplicam, como um bom fogo.

É suficiente evocá-los dizendo seus nomes e eles se tornam tão próximos quanto apenas a utopia alcançável que sustenta e impulsiona nas horas de alegria e de sacrifício. Assim, Fidel permaneceu no peito da Ilha e, como sempre, de lá do futuro, fala-nos sobre o que torna um país grande: a união de seu povo contra o impossível.

Talvez isso possa resumir o legado vital daquele que foi escolhido entre os pobres e os esquecidos, e um defensor martiano de todas as dignidades: se uma ideia é justa, é possível; e para torná-la real, é necessário apenas convocar os revolucionários para sonhá-la.

Nós devemos acreditar na humanidade, apesar de suas obscuridades, para fazer a Revolução; e entenda também que nela a luta não termina com o triunfo, mas com ele começa. Essa visão é o que torna Fidel tão magnético; sua linhagem de líder e sua autoridade inquestionável baseavam-se na fé maiúscula na vontade da espécie de transcender a si mesma e na capacidade analítica de enxergar além do óbvio.

A fim de conseguir uma Magna Carta que nos motive, isso nos coloca diante não apenas da sociedade que somos, mas do que queremos ser, não é coincidência a data a partir da qual somos convocados para constituir e usar o voz, claro e alto: a política é uma questão popular, e essa é outra marca fidelista.

Por ser um “nascedor”, o dia 13 de agosto não marca o início de um ciclo fechado 90 anos depois, mas uma espiral que avançará enquanto houver alguém que repita o que já é uma sentença moral: Comandante-em-chefe, às ordens!

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