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quarta-feira, 19 novembro, 2025

Cuba exige uma firme condenação das ações militares dos EUA no Caribe

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez

HispanTV – Cuba destacou os progressos alcançados na cúpula Celac-UE, mas lamentou a falta de uma “condenação veemente” das ações militares dos EUA no Caribe.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, destacou na segunda-feira os resultados da IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e da União Europeia (UE), realizada em Santa Marta, Colômbia, mas repudiou a omissão de uma condenação firme ao destacamento militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe.

Em declarações feitas através de sua conta no X , Rodríguez destacou que o documento birregional é fundamental em diversos aspectos que afetam diretamente a ilha.

Segundo o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, a declaração adotada reafirma o caráter da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, um princípio fundamental que se opõe ao uso ou à ameaça de uso da força e promove a resolução pacífica de disputas em conformidade com o Direito Internacional.

O chefe da diplomacia cubana destacou que o documento conjunto reafirma a necessidade de suspender o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Washington, rejeita a aplicação de medidas com efeitos extraterritoriais e questiona a designação unilateral de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo.

No entanto, o ministro cubano lamentou que, apesar de ser tema de amplo debate, o texto final não incluísse “uma forte condenação da ofensiva e extraordinária mobilização militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe, que põe em risco a paz, a estabilidade e a segurança regional  .

O Presidente da Venezuela convoca os líderes da CELAC a levantarem suas vozes e a agirem contra a militarização do Caribe e em defesa da soberania.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba enfatizou que, em outros pontos relevantes, a declaração incluía uma condenação da escalada da violência na Cisjordânia ocupada, em Jerusalém Oriental, dos ataques de colonos israelenses, da expansão de assentamentos ilegais e da ofensiva militar em Gaza.

Além disso, em termos de desenvolvimento, o acordo instou ao fortalecimento da cooperação birregional contra as mudanças climáticas, à promoção da Agenda 2030 e à exigência de que os países desenvolvidos cumpram seus compromissos de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento.

Apesar do consenso geral, países como Argentina, Costa Rica, Equador, El Salvador, Panamá, Paraguai e Trinidad e Tobago alinharam-se às políticas de Washington e distanciaram-se de aspectos-chave da declaração conjunta, como a condenação do conflito em Gaza, o bloqueio a Cuba e a proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz.

A cúpula encerrou-se com expressões de gratidão à Colômbia por sua presidência pro tempore e um compromisso de manter o diálogo político de alto nível. Ficou acordado que a Quinta Cúpula CELAC-UE será realizada em Bruxelas em 2027, garantindo assim a continuidade do mecanismo de coordenação política entre as duas regiões, um fórum no qual Cuba continuará a defender sua posição em relação à presença militar dos Estados Unidos.

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