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quinta-feira, 28 março, 2024

Crise migratória intensificada na fronteira entre Colômbia e Panamá

Panamá (Prensa Latina) A crise migratória na fronteira entre a Colômbia e o Panamá é exacerbada hoje pelo fracasso da Colômbia em controlar o fluxo, denunciou Samira Gozaine, diretora do Serviço Nacional de Migração (SNM) do Panamá.
Este não cumprimento fez com que o êxodo ultrapassasse as cotas recentemente acordadas pelas autoridades de ambas as nações em 6.500, disse o oficial, acrescentando que no caso do Panamá a Ouvidoria concordou com suas contrapartes vizinhas para alertar os migrantes sobre o perigo de atravessar a selva.

Apesar do tratamento, Gozaine disse à imprensa que os caminhantes entrevistados disseram desconhecer o alto risco que correram ao entrar na densa selva conhecida como Tapón del Darién, onde se deparam com os perigos naturais de uma paisagem virgem e a agressividade dos criminosos.

Anunciou que, em coordenação com a Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações, terá início nos próximos dias uma campanha de informação sobre os perigos enfrentados por quem tenta atravessar essa selva.

Durante uma visita a um dos pontos de recepção irregular, ele anunciou que na próxima sexta-feira terá um encontro bilateral com colombianos na região de Carepa, onde será relatada a situação atual, e a delegação panamenha será chefiada pelo Ministro de Segurança Juan Pino.

Na reunião serão analisados ​​os motivos do descumprimento do Panamá e esclarecido que o volume de migrantes não é justificativa, já que seu país recebe essas vagas, mas cumpre as cotas de passagem para a vizinha Costa Rica.

Por sua vez, Eduardo Leblanc, Defensor Público, disse ao canal TVN que cerca de 70 mil migrantes passaram por aquela fronteira de janeiro a agosto passado, dos quais 20 por cento são crianças e adolescentes acompanhados pelos pais, incluindo muitos recém-nascidos.

O oficial disse que estão investigando denúncias de estupros contra mulheres que cruzaram a densa floresta, aparentemente perpetrados por ‘coiotes’ (traficantes de pessoas), embora a deputada Walkiria Chandler, que visitou o local, tenha afirmado que os fatos teriam ocorrido em território panamenho, e algumas mulheres preferem não divulgar a agressão porque atrasaria sua viagem.

A emissora de televisão mostrou imagens de pouco mais de cem pessoas irregulares que chegaram em apenas uma hora e fizeram fila para se cadastrar com as autoridades panamenhas em Bajo Chiquito, uma aldeia indígena localizada na orla da selva, às margens do rio Turquesa, uma rota escolhida pela onda atual.

Dados recentes do SNM relatam que 188.873 migrantes irregulares de 90 nacionalidades cruzaram o Darien em direção aos Estados Unidos e Canadá, nos últimos 12 anos, com um número recorde em 2021.

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