Recentemente, uma pesquisa do Instituto Universitário de Opinião Pública (Iudop) da Universidade Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA) constatou que para 99,6% da população salvadorenha a água é um direito humano.
O problema está presente e se torna mais real quando as autoridades alertam que a vazão do principal afluente de El Salvador, o rio Lempa, pode ser reduzida em até 40% no ano 2100 se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas.
Em entrevista ao jornal El Mundo, Roberto Cerón, gerente de Hidrologia da Direção do Observatório de Ameaças e Recursos Naturais, afirmou que se “considerar o cenário mais pessimista, em 2050 estamos vendo reduções no fluxo de rios que poderiam atingir até 20 ou 22 por cento.
Até o ano 2090-2100, apontou, vemos aumentos que podem chegar a 40%.
O governante explicou que entre os fatores que influenciam a diminuição dos caudais estão as alterações climáticas, a variação da precipitação, diminuição da precipitação, aumento da temperatura e evaporação da água.
O Lempa é o principal rio que abastece El Salvador, e é o maior da América Central, já que nasce nas montanhas do município guatemalteco de Olopa, e percorre 422 quilômetros por aquele país, Honduras e El Salvador até deságua na costa salvadorenha do Oceano Pacífico.
A situação hídrica torna-se mais crítica no país e nas nações vizinhas devido aos extensos períodos de seca e variações no volume de chuvas.
O estudo de Iulop mostrou que 88 em cada 100 salvadorenhos estão muito preocupados porque no futuro não haverá mais água suficiente para todos, 42,2% dos entrevistados disseram que o principal motivo da crise da água é porque há escassez e 27,5% por cento estimam que alguns lugares têm água e outros não.
Durante a última celebração do Dia Mundial da Água, em 22 de março, várias organizações de defesa do líquido vital e de comunidades afetadas por injustiças, roubos e espoliações do recurso saíram às ruas para denunciar as violações dos direitos ambientais por parte do Estado.