Apesar do alto número de médicos per capita, a Coreia do Norte precisa importar equipamentos médicos para combater o coronavírus. Mas as sanções internacionais impostas a Pyongyang tornam essa tarefa bastante complicada.
Organizações humanitárias devem pedir autorização à ONU para enviar equipamentos médicos para a Coreia do Norte, que é alvo de sanções econômicas internacionais.
As sanções proíbem que a Coreia do Norte importe computadores ou objetos metálicos, o que restringe sua capacidade de comprar equipamentos de saúde.
Grupos de ajuda internacional solicitaram à ONU que garanta autorizações para o envio de termômetros, ventiladores médicos, reanimadores, luvas, protetores faciais, máscaras e óculos protetores.
“Os norte-coreanos precisam de ajuda e já a solicitaram, mas o processo está emperrado”, disse à Reuters uma fonte de um grupo de ajuda.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, que informou não precisar de autorização especial para importar luvas e máscaras respiratórias, informou que um carregamento desses provimentos deve chegar nesta semana a Pyongyang.
A Coreia do Norte tem um alto número de médicos per capita, mas seu sistema de saúde sofre com a escassez de equipamentos médicos sofisticados, reportou a Reuters.
Pyongyang reage
Até agora a Coreia do Norte não confirmou nenhum caso de COVID-19, mas, de acordo com Kee Park, da Escola de Medicina de Harvard, isso pode significar que Pyongyang não tenha acesso adequado a equipamentos de teste.
“Para confirmar [casos] é necessário realizar testes confirmando o diagnóstico”, notou.
De acordo com a agência de notícias estatal KCNA, dentre as “medidas preventivas super rigorosas” impostas pela Coreia do Norte para prevenir a propagação do novo coronavírus está a imposição de quarentena de 10 dias a quaisquer produtos importados.
Fábricas de tecidos teriam modificado suas linhas de produção para produzir máscaras, informou a KCNA. A agência também informou que funcionários estão desinfetando caminhões e trens provenientes do exterior.
A Coreia do Norte informou que está monitorando milhares de casos suspeitos de COVID-19. A Rússia, por sua vez, anunciou ter enviado 1.500 kits de teste para o coronavírus a pedido do governo de Pyongyang.