Por Wiliam Urquijo Pascual
Neste sentido, a União Europeia incluiu 19 funcionários venezuelanos, incluindo altos dignitários, magistrados e representantes do poder público, em sua lista unilateral de indivíduos sancionados em retaliação à realização das eleições de 6 de dezembro.
O órgão da UE considerou que as eleições legislativas não cumpriram com as ‘normas democráticas’ e careceram de garantias, apesar de terem a aprovação de centenas de observadores internacionais, que validaram sua transparência e legitimidade.
Em uma declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo bolivariano descreveu a nova manobra de interferência como uma reação à ‘manifesta ineficácia’ das ações para forçar uma mudança de regime no país sul-americano.
‘Estas decisões erráticas também revelam a incapacidade do bloco europeu de atender, respeitar e aceitar a vontade do povo venezuelano, e deixam em evidência, mais uma vez, sua política anacrônica intervencionista e ingerência em relação à Venezuela’, enfatiza a reclamação.
Da mesma forma, Caracas apontou esta ação ilegal como uma afronta às Nações Unidas, que, através de seu relator especial sobre medidas coercivas, exigiram o levantamento das chamadas sanções.
Falando antes da 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o presidente venezuelano Nicolás Maduro repudiou as ações de pressão excessiva através da imposição de mais de 450 medidas coercitivas unilaterais e ilegais contra o país.
‘(…) A Venezuela foi privada de pelo menos 30 bilhões de dólares em dinheiro, que são parte do patrimônio da República no exterior, recursos que deveriam ter sido, e devem ser, utilizados para tratar da saúde, alimentação e direitos abrangentes do nosso povo’, disse o presidente.
Maduro destacou a ampla agenda de reuniões realizadas pela relatora especial da ONU, que lhe permitiu conversar com diversos atores políticos, empresariais e sociais sobre a realidade venezuelana.
A este respeito, o Chefe de Estado descreveu como contundentes as conclusões do relatório preliminar apresentado pelo especialista, demonstrando que as ações punitivas dos Estados Unidos e da União Europeia, ‘como uma ferramenta deliberada’ para a mudança de regime, violam o direito internacional.
Em uma entrevista coletiva ao final de sua recente visita oficial à Venezuela, a especialista independente da ONU exortou o governo dos EUA e seus aliados a levantar todas as medidas coercitivas tomadas contra Caracas.
Douhan afirmou que as ações ilegais implementadas pelos Estados Unidos desaceleraram o desenvolvimento do país devido ao grave impacto sobre sua economia, causando uma queda de 99% nos ganhos em divisas nos últimos anos.
Também reconheceu que a aplicação de tais ações afetou o acesso do país a medicamentos e alimentos, o que gerou um efeito devastador sobre a saúde da população venezuelana, além de acentuar o cenário de crise e tensões internas, com repercussões sobre o fluxo migratório e a separação das famílias. mem/wup/bm