Caracas, 24 Sep. AVN
A confissão de Henrybert Enmanuel Rivas Vivas, conhecido como “Morfeo”, envolve os governos da Colômbia, México e Chile na tentativa de magnicídio contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em 4 de agosto, afirmou o vice-presidente de Comunicação, Cultura e Turismo, Jorge Rodríguez.
Durante coletiva de imprensa neste domingo no Palácio de Miraflores, onde apresentou um vídeo com a confissão, Rodríguez afirmou que funcionários da chancelaria colombiana e das embaixadas do México e Chile na Venezuela participaram da proteção do terrorista, detido neste sábado.
A captura aconteceu quando Morfeo tentava fugir do país pelo terminal de La Bandera, em Caracas, depois que falhou um plano para tirá-lo da Venezuela com a ajuda do embaixador do Chile, e também da embaixada mexicana.
Rodríguez instou os governos destes países a esclarecer por quê existem funcionários envolvidos no ato terrorista.
“Eu me pergunto se o embaixador do Chile poderia se submeter a um polígrafo, a um detector de mentiras. O Chile tem que explicar quem era o funcionário que tinha que colaborar para que escapasse este criminoso. Colômbia e México também têm que explicar quem ia facilitar a fuga de Morfeo”, enfatizou.
Também exigiu ao embaixador chileno explicar se o deputado Freddy Guevara, “um dos políticos mais violentos do país”, que está exiliado nesta embaixada, sabia da operação contra o presidente constitucional da Venezuela.
Morfeo confessa
No vídeo apresentado aos meios de comunicação, Morfeo assegurou que foi procurado por um homem identificado como “Pico”, que o informou que estavam buscando pessoas para formar parte de um novo ataque contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Os treinamentos, disse Rivas, começaram entre novembro e dezembro de 2017. No entanto, iniciaram em março de 2018 em um sítio localizado em Chinácota, norte de Santander, na Colômbia.
“Uma pergunta para autoridades colombianas que deve ser respondida é: não sabíam que durante seis meses um grupo de terroristas esteve treinando na localidade de Chinácota? Só um governo foragido do presidente Juan Manuel Santos protege criminosos desta categoria”, destacou o ministro Jorge Rodríguez.
Em sua confissão o criminoso disse: “em março, ele (Pico) me chama de novo e me disse que em uma semana eu iria. Me depositou um dinheiro na conta de minha mãe. Comprei dinheiro vivo e fui para San Antonio onde me encontrei com ele e cruzamos a Colômbia. Alli, nos encontramos com outra pessoa que nos levou a um acampamento. Essa pessoa estava envolvida no golpe ao Forte Paramacay”, disse.
Rivas explicou que durante todo este tempo lhe transferiram dinheiro todos os meses, enquanto ele dizia a familiares que estava trabalhando na Argentina.
“Fiquei cinco meses no acampamento. Praticamos muito com os drones”, acrescentou Morfeo.
Ele afirmou que inicialmente o atentado estava previsto para o dia 5 de julho. Mas após uma série de inconvenientes, foi adiado para 4 de agosto.
“Estudamos os mapas de Caracas. Os pontos para escapar. O ataque estava preparado para um mês antes. Nos hospedamos no Hotel Pestana e no Montaña Suites. Duramos uma semana. Estudamos Los Próceres. Mudamos a data porque retiveram os drones”.
Depois, explicou que os drones foram armados no hotel Altamira Village e que o segundo drone tinha um quilo de C4 e levaba balas de chumbo. O objetivo era detoná-lo na tribuna presidencial, mas perderam o sinal devido à interferência na zona.
Morfeo afirmou que o chefe de migração da Colômbia conhecia toda a operação.
Depois do atentado frustrado, Rivas disse que recebeu uma ligação para que fugisse do país.
Durante sua confissão vinculou funcionários das embaixadas do Chile e México, além da Conferência Episcopal, com o atentado.
Foto: @ViceVenezuela