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A declaração de Xiamen, que resume os resultados da nona cúpula dos BRICS, inclui a posição dos líderes dos países participantes quanto a muitos assuntos importantes, e um dos mais vitais hoje é o teste da bomba hidrogênio realizado pela Coreia do Norte em 3 de setembro.
Neste domingo (3) as autoridades da Coreia do Norte anunciaram ter realizado um teste bem-sucedido de uma bomba de hidrogênio. Pyongyang manifestou a intenção de instalar ogivas desse tipo em seus mísseis balísticos intercontinentais. A ordem de realizar o teste foi dada pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Nessa conexão, durante a reunião, os líderes dos BRICS expressaram profundas preocupações devido às “tensões que permanecem quanto ao problema nuclear de longa data na península da Coreia”.
A declaração sublinha que “[o problema nuclear] só poderá ser resolvido por meios pacíficos e através do diálogo de todas as partes interessadas”.
Combate ao terrorismo
Além disso, o mundo hoje enfrenta outros problemas ligados à área de defesa. Com o objetivo de resolvê-los, os líderes do BRICS apelaram à comunidade internacional para criar um grupo antiterrorista que seria composto por vários países.
“Nós chamamos a comunidade internacional para estabelecer uma coalizão antiterrorista internacional e apoiamos, nessa conexão, o papel central coordenador da ONU nessa área”.
A declaração destaca que “o combate ao terrorismo deve ser realizado de acordo com o direito internacional, incluindo a Carta da Organização das Nações Unidas, as normas internacionais quanto aos direitos dos refugiados, o direito internacional humanitário, direitos humanos e liberdades principais”.
Os líderes dos BRICS apelam para “a criação o mais rápido possível de uma convenção abrangente sobre a luta contra o terrorismo internacional e sua aprovação pela Assembleia Geral das Nações Unidas”.
Resolução pacífica ou instrumentos militares?
Ao mesmo tempo, a declaração de Xiamen contém a reprovação firme de inferências militares e sanções econômicas.
“Nós condenamos intervenções militares unilaterais, sanções econômicas e o uso infundado de medidas obrigatórias unilaterais que violam o direito internacional e as normas das relações internacionais universalmente reconhecidas”, indica o documento.
A declaração também proclama que “nenhum país pode garantir a sua segurança à custa da segurança dos outros”.
Propostas para o Iêmen
Em particular, os líderes dos BRICS expressaram suas preocupações quanto à situação no Iêmen e apelaram a todas as partes para pararem as ações militares e reiniciarem as negociações, apoiadas pela ONU.
O Iêmen está em guerra civil desde 2014. A Arábia Saudita faz parte de uma coalização internacional com outros países árabes para apoiar o presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi contra os rebeldes Houthi.
Segundo as Nações Unidas, mais de 10 mil pessoas já morreram no conflito e 3 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas.
Cooperação econômica
Apesar dos assuntos militares que ameaçam a paz e abalam a estabilidade mundial, o documento final da nona cúpula dos BRICS inclui a vontade dos líderes dos BRICS de desenvolver a cooperação na área econômica, em particular realizar todos os pagamentos em moedas nacionais em caso de investimentos diretos, se isso for útil para os países:
“Nós concordamos em manter relações estreitas com o objetivo de desenvolver a cooperação na área monetária, conforme o mandato dos bancos nacionais de cada país [participante dos BRICS], inclusivamente através de operações monetárias, pagamentos em moedas nacionais e investimentos diretos, se for útil, bem como analisar outras variantes de colaboração na área monetária”.
Nestes dias de setembro, a cidade chinesa de Xiamen alberga a IX cúpula do grupo BRICS, tradicionalmente composto por cinco países com economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Sputnik