Genebra, 8 abr (Prensa Latina) A Organização Mundial do Comércio (OMC) previu hoje que o comércio internacional crescerá lentamente este ano, ao redor de 2,8%.
Esse dado será idêntico ao registrado em 2015, quando A América do Sul registrou a pior evolução mundial em termos de importações. A OMC considera a causa dessa situação a redução da demanda no Brasil.
A contribuição da América Central e do Sul ao crescimento do volume de exportações foi mínima e foi negativa em relação a importações.
Ao avaliar a situação do Brasil, um dos indicadores mais claros é a contração das importações, que diminuem, disse o diretor geral da OMC, Roberto Azevedo, em coletiva de imprensa.
Para 2017, a organização prevê que o comércio mundial aumentará a uma taxa de 3,6%, ainda abaixo da média de cinco porcento desde inícios dos anos noventa.
De acordo com a avaliação da OMC, o Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto das economias desenvolvidas apresenta uma tendência à baixa, o contrário ao que se espera para as economias em desenvolvimento, onde é esperada uma retomada.
As importações dos países desenvolvidos provavelmente permanecerão estáticas em 2016, enquanto a demanda de produtos importados nos países em desenvolvimento, concretamente da Ásia, deveria progredir.
Azevedo afirmou que 2016 será o quinto ano consecutivo no qual o comércio mundial crescerá no mesmo ritmo que o PIB, isto é um para um, em lugar do dois para um que constituía a norma antes da crise econômica global.
A volatilidade e a incerteza são generalizadas, declarou Azevedo, resumindo assim o que aconteceu no ano passado no âmbito econômico, marcado por uma queda de 60% no preço do petróleo e uma valorização de 20% do dólar estadunidense.
Lembrou que recentemente foram divulgadas informações de imprensa que apontavam a uma queda de 12,5% no comércio em 2015, mas explicou que este cálculo era em função de seu valor em dólares e não de volume.
A Ásia contribuiu mais que qualquer outra região à recuperação do comércio mundial desde a crise financeira de 2008-2009, mas sua influência se reduz.
Em troca, a Europa voltou a contribuir de forma positiva com o crescimento do comércio, com 1,5 pontos percentuais, no aumento mundial de 2,6%, insistiu o diretor da OMC.