Adalys Pilar Mireles
Bogotá, 11 abr (Prensa Latina) O senador Iván Cepeda agradeceu hoje ao Foro de São Paulo por seu apoio ao processo de paz colombiano, quando avançam as conversas com as FARC-EP e está próximo o início de diálogos com o também guerrilheiro ELN. As forças políticas que integram essa convergência têm expressado aqui seu respaldo não só às atuais negociações com a insurgência, mas seu desejo de acompanhar o país depois da assinatura dos acordos definitivos para terminar o conflito interno, comentou o congressista em declarações à Prensa Latina. Diante das sistemáticas tentativas de debilitar os processos progressistas na América Latina, as oito delegações presentes em Bogotá manifestaram também sua solidariedade com o governo de Dilma Rousseff (Brasil), de Nicolás Maduro (Venezuela) e com os de outras nações que têm empreendido igualmente transformações sociais significativas no continente, acrescentou. Representantes do Foro de São Paulo participam nesta capital de um seminário sobre os esforços em busca da paz para a Colômbia, evento de dois dias iniciado ontem. Desde 2012 representantes governamentais e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) dialogam em Havana com o propósito de encontrar uma saída acordada para o longo confronto bélico, que já deixou 300 mil mortos. As reuniões formais com o ELN poderão começar em data próxima em Quito, Equador, o primeiro anfitrião das referidas negociações, pois estão previstas outras sedes em Cuba, Brasil, Chile e Venezuela. Os diálogos com as FARC-EP transcorrem de maneira positiva, e se nas próximas semanas ou dias ambas partes beligerantes conseguem alcançar um pacto para o cessar-fogo bilateral seria nem mais nem menos o anúncio à Colômbia de que se chegou à finalização, em termos práticos, do conflito com essa guerrilha, opinou o legislador. Tal passo – enfatizou – abriria a possibilidade para que os integrantes desse movimento possam ser incorporados à vida civil e à ação política legal, mas isso requer garantias para sua segurança, de modo que da capital cubana os insurgentes têm alertado sobre a necessidade de erradicar o paramilitarismo, a principal ameaça ante um futuro cenário de distensão, afirmou. Ao se referir ao processo com o ELN, recordou que de igual modo será preciso propiciar todas as condições com o objetivo de viabilizar a contribuição popular a tais análises. No dia 30 de março, porta-vozes do Executivo e desse último grupo rebelde anunciaram sua decisão de inaugurar ciclos de encontros oficiais em Quito, depois de uma fase de aproximações exploratórias. Com uma agenda de seis pontos, tais discussões poderão aproveitar alguns dos consensos já alcançados com as FARC-EP em questões chave como o cessar-fogo bilateral, a deposição das armas ou desarmamento dos guerrilheiros, assim como a justiça de transição, mecanismo em virtude do qual serão investigados, julgados e sancionados responsáveis pela conflito. Empregar as propostas dos cidadãos na elaboração dos pactos é uma das premissas da futura mesa de conciliação, informaram seus promotores. No seminário do Foro de São Paulo participam representantes do Partido dos Trabalhadores do Brasil, do Partido da Revolução Democrática do México, Aliança País (Equador), Frente Sandinista de Libertação Nacional (Nicarágua), Partido Comunista de Cuba, a Frente Farabundo Martí (El Salvador) e Sortu do País Basco (Espanha), junto aos anfitriões. Pela Colômbia participam membros da convergência Polo Democrático Alternativo, entre eles sua presidenta Clara López e vários congressistas, assim como delegados do Partido Comunista, União Patriótica e Marcha Patriótica (MP). |