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quinta-feira, 7 agosto, 2025

Colômbia três anos depois de Petro chegar ao poder

Bogotá, 7 de agosto (Prensa Latina) Hoje, três anos depois da posse do primeiro representante da esquerda colombiana, o presidente Gustavo Petro entra na reta final de seu mandato com conquistas sociais e também grandes desafios.

Ao fazer um balanço de sua gestão nos últimos 36 meses, o próprio presidente revelou que seu maior orgulho são os números que mostram menores níveis de pobreza no terceiro país mais desigual do mundo.

“Este governo conseguiu reduzir a linha de pobreza monetária a um nível historicamente baixo: 31,8% em nível nacional em 2024, o menor percentual já registrado para esse tipo de estatística. Isso significa que conseguimos reduzir a pobreza monetária na Colômbia a um nível que nenhum presidente jamais alcançou”, afirmou recentemente.

Apesar da redução de cinco pontos percentuais a partir de 2022, o chefe de Estado considerou necessário continuar a reduzir o valor.

Para uma nação onde 55% das pessoas trabalham no setor informal, o declínio na taxa de desemprego também é notável.

De acordo com o Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE), a Colômbia registrou 10 meses consecutivos de queda nos números de desemprego até o final de junho.

No mês citado, o indicador ficou em 8,6%, o menor valor para o período desde 2017.

Também é digno de nota o progresso que está sendo feito na reforma agrária em um país onde cerca de 65% das terras férteis são de propriedade de um por cento ou menos.

Nos primeiros dois anos e meio do atual governo, 570 mil hectares de terra foram entregues aos trabalhadores rurais.

O atual governo, por exemplo, adquiriu 377 mil hectares para a reforma agrária, número significativo considerando que, na gestão anterior, esse número não chegava a 20 mil hectares, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Terras.

Outros marcos importantes na saúde, como a redução da mortalidade infantil, que caiu 30% entre 2002 e 2024, e as conquistas na educação, com a matrícula de mais de 2.553.000 alunos no ensino superior, o maior número da história, refletem uma administração preocupada com as questões sociais.

No entanto, a realidade está longe de ser animadora.

Como o próprio chefe de Estado reconheceu, a redução alcançada no índice de desigualdade ainda é pequena, e persiste a insatisfação quanto ao aumento da variação da renda do quintil mais pobre da população.

No último trimestre de seu mandato, o governo terá que superar circunstâncias difíceis, como um clima fiscal apertado.

Diante dessa situação, ele buscará promover uma reforma tributária que lhe permita arrecadar 19 trilhões de pesos (cerca de US$ 4,75 bilhões na taxa atual) para aliviar um déficit estimado em sete por cento do Produto Interno Bruto até o final de 2025.

O desafio será criar um clima favorável no Congresso, a poucos meses das eleições legislativas marcadas para março de 2026, para que ele dê sinal verde a uma proposta semelhante à que já foi rejeitada por aquele órgão no final do ano passado.

Talvez uma das maiores decepções do atual governo seja não ter conseguido avançar mais rapidamente nas mesas de diálogo com os grupos armados.

Até o momento, houve progresso no desarmamento de grupos como os Comuneros del Sur, um grupo dissidente do Exército de Libertação Nacional (ELN); a Coordenação Nacional do Exército Bolivariano; e o Estado-Maior de Blocos e Frentes (EMBF), uma facção separada do autoproclamado Estado-Maior Central.

Por outro lado, as negociações com o ELN não foram reativadas. Elas foram suspensas pela segunda vez em quatro meses em janeiro passado, quando o grupo guerrilheiro entrou em combate com a Frente 33 em El Catatumbo, situação que causou o deslocamento de quase 60.000 pessoas naquela região nordeste do país.

Trinta e seis meses depois de chegar ao poder, Petro ainda defende um projeto humanista, como afirmou recentemente.

“Este governo trabalhou para os trabalhadores, e os trabalhadores decidirão se querem governos que trabalhem para eles”, exclamou, referindo-se às eleições de maio do ano que vem, quando os cidadãos votarão em quem os governará pelos próximos quatro anos.

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