“O EMC [Estado-Maior Central], bombardeando a população civil, nos obriga, pelo princípio da proporcionalidade, a bombardear suas forças. Eu lhes envio uma mensagem: superem a ganância e façam a paz em prol do povo colombiano”, escreveu Petro em sua conta na rede social X.
O anúncio do presidente ocorre depois que o Exército colombiano lançou a Operação Perseo com o objetivo de recuperar o controle territorial em El Plateado, uma cidade de apenas cerca de 8 mil habitantes que, até agora, segue nas mãos do
grupo dissidente das FARC, que não participou do processo de negociação com o governo.
A operação militar provocou a retaliação por parte da guerrilha, que efetuou um ataque com drones, ferindo 17 civis e soldados, segundo informações da imprensa local.
O general do Exército colombiano Luis Emilio Cardozo Santamaría disse neste sábado que as forças militares já ocuparam o centro da cidade. “Não há território vedado à força pública”, afirmou o comandante militar. “Estamos trabalhando para trazer a paz, progresso e tranquilidade.”
“Enquanto não houver uma mudança nestas economias ilegais, vocês estarão sempre à mercê dos grupos armados ilegais. […] Se vocês não ajudarem e não contribuírem para a mudança nos seus territórios e na sua economia, será muito difícil viverem em paz e tranquilidade”, disse Cardozo.
Petro também apelou às juntas de ação comunitária e às organizações populares de Micay, no âmbito da operação militar, para “deixarem de seguir as ordens impostas pelo EMC”.
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A região deve ser governada pela própria população civil e não por aqueles que interagem com as máfias mexicanas e estrangeiras”, disse o presidente em referência ao
grupo guerrilheiro Carlos Patiño, que controlava a região.
“As organizações populares liderarão o esforço de avançar para economias lícitas, obter paz de espírito e bem-estar. É hora de mudar”, disse Petro, que anunciou que irá a El Plateado com todo o gabinete para traçar um plano de investimentos imediato.
Segundo o presidente, após mais de cinco anos de controle de El Plateado pelo Estado-Maior Central, a região se tornou um centro de
tráfico internacional de cocaína.
“Após a ação militar, todos os agricultores do desfiladeiro de Micay receberão poder na região, sementes produzidas legalmente e assistência social do Estado“, disse Petro em outra publicação feita no X.