Um grupo de cientistas descobriu uma dezena de fraturas geológicas de mais de um quilômetro de profundidade sob a superfície do gelo da Antártida ocidental.
As fendas se formaram há milhares de anos, quando a temperatura da Terra era muito mais baixa, informa a revista Geophysical Research Letters.
© FOTOLIA/ STEVE ALLEN
“Agora entendemos muito melhor o que se esconde sob as enormes geleiras de um dos lugares mais afetados pelo aumento das temperaturas na Antártida ocidental.
Foi descoberto que a profundidade a que se encontram estas estruturas é centenas e até milhares de metros maior do que supúnhamos. Isso nos permite prever o que acontecerá com as geleiras e entender como as águas dos oceanos afetam o gelo submerso”, disse Romain Millan, da Universidade da Califórnia.
Os cientistas descobriram uma enorme rede de fraturas gigantes sob a camada de gelo, que formam um conjunto de rios, canais, baías e vales, que alcançam uma profundidade de até 1.200 metros. Estas estruturas abrigam águas quentes provenientes do oceano Antártico, que pouco a pouco foram derretendo a camada de gelo da Antártida.
Segundo os pesquisadores, este “sistema geográfico” submarino foi formado há milhares de anos, quando a área da camada de gelo da Antártida era maior, e algumas áreas de gelo estavam muito mais perto da superfície. Felizmente, esta estrutura submarina está a uma grande profundidade, aonde não chegam as correntes muito quentes, por isso o processo de aquecimento da camada de gelo éMUITO LENTO.
© AFP 2016/ SARAH DAWALIBI