Autor da belíssima canção “Te recuerdo Amanda”, Jara foi preso em 12 de setembro de 1973, um dia após o golpe militar, com outras 5 mil pessoas. Foi levado ao Estádio Nacional, em Santiago, quando a arena esportiva foi convertida em centro de detenção e tortura.
Os militares sentenciados pelos assassinatos de Jara e Carvajal a 15 anos de prisão são Hugo Sánchez Marmonti, Raúl Jofré González, Edwin Dimter Bianchi, Nelson Haase Mazzei, Ernesto Bethke Wulf, Juan Jara Quintana, Hernán Chacón Soto e Patricio Vásquez Donoso.
Os militares foram condenados a mais três anos de prisão por sequestro simples. Havia mais um militar sendo julgado, Rolando Melo Silva, que foi condenado a cinco anos e um dia de prisão por encobrir os homicídios e a mais 61 dias de cárcere por ser cúmplice dos sequestros.
Segundo relatos de outros presos, Jara foi torturado e suas mãos foram quebradas com a coronha de uma arma antes de ser morto. Encontraram seu copor três dias depois, perto de um cemitério. Com as mãos quebradas, Jara conseguiu escrever versos, a lápis, em uma caderneta. Esses versos foram entregues a um companheiro de cela e está na Fundação Jara. “Canto, que mal me sai / quando tenho que cantar espanto! / Espanto como o que vivo / como o que morro, espanto”.
Durante a ditadura de Pinochet, que foi de 1973 a 1990, perto de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram, e outras 28 mil foram torturadas. A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet foi uma delas.