A solução parece ser um tanto salomónica, pois segundo o ministro, Chile estaria disposto a reconhecer a denominação de origem do pisco peruano, se Peru faz o mesmo com o que se destila aqui.
Walker disse ao diário O Mercurio que em vez de se enfrentar, os dois países devem ser complementado e reconhecer mutuamente a denominação de origem e assim acabar com os caros litigios que se estenderam aos mercados internacionais.
A controvérsia tem chegado a tal ponto que em Chile o pisco peruano não pode ser chamado como tal já que só se reconhece ao aguardiente destilado nas regiões de Atacama e Coquimbo, e algo semelhante ocorre com o pisco chileno no vizinho país.
O problema se agudizó recentemente quando na Índia foram reconhecidos os direitos exclusivos de Peru sobre a denominação de origem do pisco, depois de uma disputa comercial de nove anos, com o qual os produtores chilenos desse aguardiente perderam um enorme mercado.
Ao que parece, a nível internacional manifesta-se também essa discrepância, pois enquanto em Colômbia, Venezuela, Nicarágua e Haiti lhe reconhecem a Peru a origem do pisco, em México, Japão e Nova Zelândia a atribuem a Chile.
Outros mercados parecem ser mais pragmáticos, pois Estados Unidos, Chinesa e a União Européia reconhecem-lhe esse direito a ambas nações por igual.
Segundo dados da Associação de Produtores de Pisco de Chile correspondentes a 2017, o país austral concentra o 82 por cento da produção a nível global, e Peru o 18 por cento restante, no entanto, enquanto Chile destinou 411 mil litros à exportação, Peru envia ao mercado estrangeiro de 1,7 milhões de litros.
A resposta de se limpa-se ou não o histórico lance pela origem do pisco poderia chegar cedo, já que está previsto que o ministro peruano de Agricultura viaje a Santiago neste mês.